Advogada feminista é nomeada primeira presidente do Supremo da Etiópia
O Parlamento da Etiópia nomeou nesta quinta-feira (1) por unanimidade a veterana advogada e feminista Meaza Ashenafi como a primeira mulher presidente do Supremo Tribunal Federal, abrindo um novo capítulo no país africano para garantir a paridade.
O primeiro-ministro etíope, Abiy Ahmed, um político reformista de 42 anos, designou Meaza para ocupar o cargo, medida que foi aprovada hoje em sessão parlamentar, apenas uma semana depois que o país africano nomeou sua primeira presidente mulher, Sahlework Zewde.
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"A manifestação da Etiópia em prol da igualdade de gênero em cargos de liderança continua imbatível", afirmou o chefe do escritório do primeiro-ministro, Fitsum Arega, em sua conta no Twitter.
Maeza era até agora conselheira da Comissão Econômica da ONU para a África (UNECA) e também ganhou experiência como juíza do Supremo Tribunal antes de lutar pelos direitos das mulheres.
A magistrada é a fundadora da Associação Etíope de Mulheres Advogadas, uma grande organização em defesa dos direitos da mulher, e cofundadora do banco ENAT, a primeira entidade financeira de propriedade majoritariamente feminina do país.
"Meaza Ashenafi é uma das advogadas mais experientes da Etiópia e uma destacada ativista pelos direitos da mulher", tuitou Fitsum.
A nova presidente do Supremo Tribunal substitui Dagne Melaku, que deixou o cargo para facilitar o caminho das reformas propostas por Abiy, segundo alguns analistas, da mesma forma que o ex-presidente do país Mulatu Teshome, que substituiu Sahlework.
Esta é outra iniciativa que favorece a igualdade entre homens e mulheres realizada na Etiópia após a chegada de Abiy ao poder em abril, que também aplicou outras medidas de reforço da democracia.
A designação de Abiy, de 42 anos, gerou um grande otimismo na Etiópia, pois provém de uma mistura de religiões - de mãe cristã e pai muçulmano - e fala fluentemente amara, oromo e tigrínia, as três principais línguas do país.
Entre suas conquistas, destacam-se várias anistias a presos políticos, o retorno de diversos grupos de oposição do exílio e a assinatura de um acordo de paz com a Eritreia em 9 de julho, que pôs fim a 20 anos de conflito por disputas fronteiriças.
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