Rosa Chá fecha presença brasileira na Semana da Moda de Nova York

Mar Gonzalo Nova York, 8 set (EFE).- O estilista brasileiro Amir Slama, da grife Rosa Chá, encerrou neste sábado a presença brasileira na Semana da Moda de Nova York, pela qual também desfilaram este ano Carlos Miele e Alexandre Herchcovitch.

As propostas de Slama - já um veterano na passarela nova-iorquina - para a temporada Primavera-Verão 2008 mostram um universo de cores, tecidos e adornos, reunido em uma coleção inspirada no dadaísmo e no surrealismo.

Segundo o estilista, a coleção é "uma alquimia entre história, moda e conduta", na qual a Tropicália é o "pano de fundo sobre o qual sincretismo e subversão são representados".

As propostas da Rosa Chá abrangem um conceito muito amplo de moda verão, embora sempre chamativo, e que envolve todo tipo de maiôs e biquínis, com abundância de figuras geométricas. Também são amplamente usadas pranchas de metal, peças acrílicas e miçangas, fazendo uma constante alusão ao aparente caos do dadaísmo.

A grande variedade de cores acompanha a de tecidos, que vão do ponto convencional até telas metálicas, chips ou fibra óptica.

Além da apresentação de Amir Slama, à qual compareceram, entre outras celebridades, Ivana Trump (ex-esposa do magnata Donald Trump) e a atriz Mena Suvari (conhecida pelo papel de Angela em "Beleza Americana"), o quarto dia da Semana de Moda 2008 foi marcado pelos aniversários.

A Lacoste foi a primeira a comemorar, com a apresentação da coleção com a qual celebrará ano que vem seus 75 anos e que faz um tributo a suas origens, na região do País Basco francês.

O americano Ralph Lauren também fez uma grande festa e um desfile no Central Park de Nova York para celebrar seu 40º aniversário no mundo da moda, durante os quais conseguiu ser uma das principais caras do mundo fashion, montar um império que movimenta bilhões de dólares, vestir todo tipo de celebridades e ter ações em Bolsas de Valores.

A Rosa Chá foi a última grife brasileira a participar do evento nova-iorquino este ano. Ao ritmo de Bossa Nova, Carlos Miele apresentou quinta-feira passada uma coleção inspirada no encontro entre Tom Jobim e o cantor americano Frank Sinatra em 1960.

Veterano da Semana da Moda de Nova York, Miele mostrou uma coleção elegante, refinada e sensual, composta por tons vibrantes inspirados nas cores das frutas exóticas e nas praias brasileiras, assim como nas fotografias em preto e branco que o próprio estilista tirou em suas viagens à Europa e a Nova York.

Miele conseguiu mais uma vez estabelecer uma ponte entre a cultura brasileira e a imagem da mulher moderna e elegante, em uma formosa coleção na qual os encaixes, a agulha de crochê e os típicos "fuxicos" brasileiros revelam e realçam as formas femininas.

Na quarta-feira passada, no primeiro dia do evento, o brasileiro Alexandre Herchcovitch também teve a oportunidade de mostrar suas propostas para roupas femininas, nas quais o dinamismo e elegância se uniam em seus desenhos, desestruturados e muito coloridos.

Calças curtas e vestidos feito de seda e de crepe foram algumas das apostas mais chamativas do estilista.

Ainda restam os desfiles de muitos dos 60 estilistas presentes à Semana de Moda, entre eles Carolina Herrera, na segunda-feira.