Batom da Hermès de R$ 287 dá pista sobre ambição em cosméticos
A Hermès International apresentou os primeiros produtos de uma nova divisão de beleza, acrescentando batons de US$ 67 (cerca de R$ 287) a uma marca mais conhecida pelas bolsas Birkin de mais US$ 9 mil (R$ 38,5 mil) e lenços de seda de US$ 400 (R$ 1712).
Ao expandir sua oferta em cosméticos, a Hermès testa uma categoria que há muito impulsiona vendas e lucros de rivais como Christian Dior, da LVMH, e Chanel. A Hermès, que pretende desenvolver os produtos de beleza internamente o máximo possível, planeja lançar categorias de maquiagem a cada seis meses.
Por enquanto, os batons — cujos envoltórios de metal lembram os elementos metálicos das bolsas Hèrmes — serão vendidos apenas nas lojas da marca. Dar as costas a varejistas de beleza, como Sephora, da LVMH, limitará o crescimento, mas permitirá que a empresa mantenha controle rígido sobre preços e distribuição enquanto a divisão se fortalece.
"Estão fazendo isso com muito cuidado, para que não haja risco de diluir a marca", disse Mario Ortelli, um consultor de luxo com sede em Londres.
Lanterninha na arena de cosméticos de luxo, a Hèrmes tem muito chão pela frente. A divisão de beleza da Chanel, lançada em 1924 pela fundadora Coco Chanel, acumula vendas estimadas em 4 bilhões de euros (equivalente a R$ 18,8 bilhões). Isso se compara a apenas 312 milhões de euros (R$ 1,5 bilhão) da Hèrmes, cujos mostradores de beleza foram limitados a perfumes e sabonetes.
Após o lançamento discreto, a Hèrmes espera que maquiagem e cuidados com a pele reforcem a unidade de perfumes, que atualmente representa apenas 5% dos cerca de 6 bilhões de euros (R$ 28,2 bilhões) em vendas anuais da marca. A coleção permanente do novo batom oferecerá duas dúzias de tonalidades, e os estojos poderão ser recarregados.
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