Conselhos 100% masculinos são cada vez mais raros no Reino Unido
Os conselhos formados completamente por homens estão perto da extinção nas maiores empresas do Reino Unido, um sinal de que os esforços do governo para ampliar a paridade de gênero estão surtindo efeito.
Apenas cinco empresas do FTSE 350 Index não têm nenhuma mulher no conselho, contra oito em 2017, segundo dados do relatório anual Hampton-Alexander Review, que será divulgado na íntegra na terça-feira. O número caiu drasticamente desde 2011, quando 152 conselhos eram formados apenas por homens.
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Entre as empresas que resistem à tendência estão a Millennium & Copthorne Hotels, a companhia imobiliária Daejan Holdings e dois fundos de investimento. A Daejan citou como motivo para a ausência de mulheres no comando o fato de os proprietários serem judeus ortodoxos.
"A menos que sejamos forçados a fazer algo diferente, as chances de escolhermos uma mulher são bastante pequenas", disse Mark Jenner, secretário da Daejan.
A Millennium & Copthorne entrou na lista após as saídas da CEO e de uma diretora não executiva nos últimos meses. Um porta-voz disse que a empresa tem "o objetivo de resolver a questão da diversidade de gênero o quanto antes".
Os responsáveis pelo relatório ficaram animados com a quantidade de transgressores do ano passado que se diversificaram, e empresas como a Sports Direct International e a Euromoney Institutional Investor saíram da lista. Mas eles ainda receberam algumas desculpas decepcionantes das empresas pelo fato de não terem mais mulheres nos conselhos.
As empresas explicaram a ausência de mulheres em seus conselhos afirmando que "elas não se encaixam", "elas não querem esse aborrecimento" e "todas as boas já foram embora", segundo os comentários ouvidos pelos autores do Hampton-Alexander Review, publicados em maio pelo Departamento de Negócios, Energia e Estratégia Industrial do Reino Unido.
Apesar do progresso nos conselhos, o número de CEOs mulheres no FTSE 100 permaneceu em seis pelo terceiro ano seguido. Moya Greene deixou o cargo de CEO da Royal Mail em junho e Carolyn McCall foi substituída por um homem na EasyJet.
Continua havendo disparidades também nos salários. O Dia da Igualdade Salarial do Reino Unido, no sábado, marcou o momento do ano correspondente à diferença salarial média entre gêneros, após o qual o trabalho das mulheres pode ser visto como não remunerado.
O Reino Unido tem feito um grande esforço nos últimos anos para aumentar a igualdade para as mulheres no ambiente de trabalho. Uma nova lei aprovada em abril que obriga todas as empresas com pelo menos 250 funcionários a informar as diferenças médias entre os salários de homens e mulheres aumentou a transparência. A diferença salarial diminuiu de 18,6 por cento no ano passado para 17,9 por cento em 2018, informou o Escritório de Estatísticas Nacionais do Reino Unido no mês passado.
"Melhorar a igualdade de gênero no ambiente de trabalho não é apenas a coisa certa a se fazer, mas também faz sentido do ponto de vista comercial", disse a ministra da Igualdade do Reino Unido, Susan Williams, por e-mail. É "fundamental que os empregadores usem o processo de denúncia para identificar as barreiras enfrentadas pelas mulheres no ambiente de trabalho e tomar medidas".
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