Ensaio de moda criticado por "glamourizar estupro" causa polêmica na Índia
Um ensaio fotográfico de moda provocou polêmica na Índia ao mostrar uma mulher sendo apalpada por homens dentro de um ônibus. As imagens foram interpretadas por muitos como uma tentativa de "glamourizar" o estupro coletivo que chocou o país em 2012.
O fotógrafo Raj Shetye afirmou que o ensaio é "apenas um retrato da situação das mulheres no país". No entanto, nas mídias sociais, as fotos foram classificadas como "nojentas" e "horríveis", entre outros termos pejorativos.
O estupro da estudante de fisioterapia de 23 anos, que foi apelidada pela imprensa indiana de Nirbhaya (destemida) em 2012, provocou dias de protestos e levou à criação de novas leis anti-estupro. Quatro pessoas foram condenadas à morte e um quinto criminoso, menor de idade na época do estupro, serve pena de três anos.
Caminho errado
O fotógrafo Shetye, de Mumbai, disse que o ensaio "O Caminho Errado" (em tradução livre) não foi inspirado no estupro de Nirbhaya. "Não é baseado em Nirbhaya. Mas como parte da sociedade e como fotógrafo, este assunto me toca por dentro. Eu vivo em uma sociedade em que a minha mulher, a minha namorada e a minha irmã estão por aí e algo assim pode acontecer com elas também", disse Shetye ao site "BuzzFeed.com".
Ele afirmou que tampouco teve a intenção de "glamourizar" o episódio. "É apenas uma forma de chamar atenção para algo que pode acontecer com qualquer uma, rica ou pobre".
Mesmo assim, o tom nas redes sociais foi de indignação. "Você viu o ensaio de moda retratando o estupro coletivo da Nirbhaya em Déli? Nojento! Tomara que todos os envolvidos morram de vergonha! Porcos insensíveis!", disse o diretor musical de Bollywood (como é conhecida a indústria cinematográfica indiana) Vishal Dadlani, no Twitter. "Quem quer que vocês sejam, espero que acabem na cadeia por causa disso".
A atriz Amrita Puri tuitou: "estupro não é inspiração para um ensaio de moda. Não sei o que o fotógrafo estava pensando ao se inspirar na Nirbhaya para as fotos". Outro usuário do Twitter perguntava até que ponto seria possível descer antes de "chegar ao inferno".
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