Topo

Reprimir desejo por chocolate pode causar efeito reverso, diz estudo

Abstinência não é a melhor solução para quem faz dieta - Stock Images
Abstinência não é a melhor solução para quem faz dieta
Imagem: Stock Images

22/10/2007 11h12

Psicólogos britânicos descobriram que pessoas que reprimem o desejo por chocolate podem acabar comendo ainda mais quando resolvem ceder à vontade.

Uma equipe de estudiosos da Universidade de Hertfordshire analisou 130 voluntários, divididos em dois grupos.

Liderados pelo psicólogo James Erskine, os pesquisadores pediram aos participantes do primeiro grupo que reprimissem seus pensamentos sobre chocolate e aos do segundo, que os manifestassem em voz alta.

Em seguida, os estudiosos distribuíram chocolates para todos os voluntários e perceberam que os que haviam contido o desejo num primeiro momento comeram quase o dobro da quantidade consumida pelos que haviam falado abertamente sobre sua relação com o alimento.

Este comportamento foi observado especialmente entre as mulheres.

Efeito iô-iô
Os psicólogos concluíram que conter o desejo de comer chocolate pode causar um efeito reverso, um fenômeno psicológico que ocorre quando nos dedicamos intensamente a um objetivo e obtemos o resultado exatamente contrário.

Os estudiosos disseram que o trabalho ajuda a explicar por que algumas mulheres são mais propensas ao efeito "iô-iô", voltando a engordar depois de fazerem dieta rigorosa, em que cortam radicalmente vários alimentos.

"O pior que se pode fazer a uma pessoa que está de dieta é dizer para não pensar em chocolate. Nós devemos tentar diminuir o consumo do produto oferecendo alternativas, mas não impondo a abstinência", disse James Erskine.

Erskine já realizou uma pesquisa similar entre fumantes que estavam tentando largar o vício e obteve resultados semelhantes.

O pesquisador está conduzindo agora um novo estudo para entender por que as mulheres foram mais vulneráveis ao efeito reverso.

"Este efeito parece ser pior entre pessoas que estão tentando suprimir alguma coisa que consideram como problemática", avalia Erskine.