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Mais da metade das italianas diz ter sofrido assédio no trabalho

 55% das profissionais italianas já sofreram algum tipo de assédio ou preconceito direto no ambiente de trabalho - kazuma seki/Getty Images/iStockphoto
55% das profissionais italianas já sofreram algum tipo de assédio ou preconceito direto no ambiente de trabalho Imagem: kazuma seki/Getty Images/iStockphoto

ANSA

03/08/2022 15h47

ROMA, 3 AGO (ANSA) - Um estudo mostrou que 55% das profissionais italianas já sofreram algum tipo de assédio ou preconceito direto no ambiente de trabalho. A pesquisa foi realizada pela Fondazione Libellula com mais de 4,3 mil trabalhadoras tanto do setor privado como público e autônomas e teve como objetivo de fotografar o estado da equidade de gênero do mundo de trabalho da Itália.

Entre as respostas que mais surgiram, 22% disseram que sofreram com contatos físicos indesejados e que 53% ouviram elogios explícitos indesejados na companhia de outras pessoas. As consequências mais apontadas são uma limitação do próprio comportamento no ambiente de trabalho por medo de que ele possa ser mal interpretado ou levar a consequências negativas.

A pesquisa ainda mostrou que 58% das mulheres entrevistadas afirmou que não reage de maneira eficaz perante uma moléstia, e dessas, 38% não quer ser vista como uma pessoa muito agressiva ou "aquela que se importa", enquanto 11% disse não saber como reagir.

"Esses dados fotografam uma situação inquietante no interior do ambiente de trabalho das empresas italianas e devem impor uma reflexão: o linguajar e os comportamentos não verbais ocultam a dimensão profissional das mulheres no trabalho. Para muitas, esses locais representam contextos pouco seguros, psicológica e fisicamente complicados", destaca a presidente da Fondazione Libellula, Debora Moretti.

Outro dado apontado pelo relatório é como a equidade de gênero no mundo profissional ainda está distante quando as mulheres ocupam cargos de gerência. Nessas situações, de fato, os seus comportamentos decisivos e determinados são vistos de forma diferente dos masculinos - e às vezes, provocam a renúncia por crescimento profissional.

62% delas disseram ser consideradas agressivas se forem ambiciosas ou assertivas e essa opinião foi repercutida por 42% daquelas que gerenciam cargos.

Já a carreira dos homens cresce de maneira mais rápida e efetiva enquanto a das mulheres são atrasadas por diversos motivos: 71% informaram que não avançam em empresas prevalentemente lideradas por homens e 79% dizem que seus colegas crescem mais rapidamente, mesmo que tenham menos experiência, do que as funcionárias.

E isso se agrava em contextos em que a parentalidade é percebia apenas como uma condição feminina: 41% dizem que não se sentem seguras em informar aos superiores uma gravidez; 68% viram o processo de progressão de carreira ficar mais lento por causa da maternidade; e 65% disseram que ouviram piadas ou comentários sobre as consequências negativas da maternidade na empresa.

(ANSA).

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