Topo

Mulheres se reúnem para protestar contra prisão de manifestantes em Moscou

Cerca de 300 mulheres formaram uma "corrente solidária" com o termômetro marcando -13 ºC no centro de Moscou - Dimitar DILKOFF/AFP
Cerca de 300 mulheres formaram uma "corrente solidária" com o termômetro marcando -13 ºC no centro de Moscou Imagem: Dimitar DILKOFF/AFP

Da AFP, em Moscou

14/02/2021 15h29

Centenas de mulheres se manifestaram ontem, em Moscou e em outras cidades da Rússia, em apoio ao opositor do atual presidente, Vladmir Putin, Alexei Navalny, e outros que foram detidos nas manifestações recentes.

Cerca de 300 mulheres formaram uma "corrente solidária" até 14h (08h do horário de Brasília), com o termômetro marcando -13 ºC no centro de Moscou, sob o lema "o amor é mais forte que o medo".

"Queremos mostrar que estamos a favor do amor e contra a violência. Vieram meninas muito corajosas e amáveis", declarou à AFP Daria Obraztsova, uma estudante de 22 anos que afirma querer "que a liberdade e a justiça reinem no país".

Em São Petersburgo (noroeste), a iniciativa reuniu uma centena de pessoas, segundo uma jornalista da AFP. Algumas levavam flores ou corações de papel com o nome de mulheres que simbolizam a oposição ao Kremlin.

Em imagens publicadas nas redes sociais, elas apareciam entoando lemas como "liberdade para os presos políticos".

"Só o amor pode vencer o mal", declarou Valeria Stepanova, de 25 anos.

Segundo a ONG OVD-Info, especializada no monitoramento das manifestações, em um protesto deste tipo organizado em Kazán as autoridades prenderam nove mulheres. Essas manifestações se inspiraram em outras semelhantes realizadas no país vizinho Belarus contra o presidente Alexander Lukashenko.

A equipe de Alexei Navalny também pediu aos habitantes das grandes cidades que saiam às ruas até as 20h com lanternas, celulares e velas e que publiquem fotos da mobilização nas redes sociais.

Várias manifestações de apoio a Navalny, preso em meados de janeiro ao retornar para a Rússia e condenado a quase três anos de prisão, culminaram em mais de 10 mil detenções em todo o país.