Juiz rejeita acordo civil para vítimas de abusos de Weinstein
Um juiz federal de Nova York rejeitou hoje um projeto de acordo que pretendia encerrar os processos civis contra Harvey Weinstein e sua ex-produtora cinematográfica, mediante a criação de um fundo de indenização para as mulheres assediadas pelo ex-magnata de Hollywood.
Na decisão divulgada após uma audiência nesta terça-feira, o juiz Alvin Hellerstein rejeitou o projeto de acordo, que várias vítimas de Harvey Weinstein contestavam.
O projeto de acordo, que propunha a criação de um fundo de 19 milhões de dólares, havia sido anunciado em 1º de julho pela procuradoria do Estado de Nova York, que o havia validado.
O objetivo era encerrar a ação coletiva e a denúncia apresentada em fevereiro de 2018 pelo escritório da procuradoria-geral de Nova York contra Weinstein, acusado de exigir favores sexuais de diversas funcionárias com a cumplicidade de sua empresa, a The Weinstein Company, que comandava ao lado do irmão, Bob Weinstein.
Os advogados Douglas Wigdor e Kevin Mintzer, que representam várias vítimas, afirmaram estar "satisfeitos pelo fato do juiz Helerstein ter rejeitado rapidamente esta proposta unilateral".
Embora algumas vítimas do ex-produtor torcessem pelo projeto de acordo, os advogados argumentaram que Weinstein não admitia no documento qualquer responsabilidade por seus atos e que não contribuiria financeiramente ao fundo, alimentado pelas seguradoras do produtor e de sua empresa.
Atualmente, diversos acordos entre advogados estão sendo negociados em meio ao caso Weinstein, revelado em outubro de 2017 e que deu origem ao #MeToo, um movimento para denunciar abusos sexuais, muitas vezes impunes, cometidos por homens poderosos.
Weinstein, de 68 anos, acusado de agressão sexual e assédio moral por uma centena de mulheres, foi declarado culpado por ato sexual criminoso e estupro em fevereiro por um jurado de Nova York.
O ex-produtor cumpre condenação de 23 anos de prisão.
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