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Jean Paul Gaultier se despede da Hermès com desfile nas passarelas de Paris

06/10/2010 19h00

O último desfile de Jean Paul Gaultier para a maison Hermès, em um majestoso ambiente equestre com um toque argentino, e as criações de Elie Saab e Louis Vuitton, encerraram a temporada primavera-verão 2010 da Semana de Moda de Paris.

  • AFP

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Empunhando um chicote e com um chapéu redondo de gaúcho argentino, a modelo Karlie Kloss apareceu vestida de couro preto da cabeça aos pés. Sua camisa leve atada por um corpete de couro combinava com a calça também em couro preto, que realçava suas curvas.

Gaultier restringiu voluntariamente sua paleta de cores, com negro, branco, caramelo e toques sutis de laranja, no desfile, concentrando nas "peles e couros" característicos do mundo da equitação.

Com longas tranças caindo pelas costas e botas de montaria ou saltos altos de couro, as modelos combinavam múltiplas variações destes materiais, com um toque de pele de tubarão.

Gaultier se negou a deixar-se levar pela nostalgia. "Estou emocionado, tenho um nó na garganta, como quando termina um desfile. É o fim de uma linda história de amor", afirmou perante um grupo de jornalistas, acrescentando que só vai lembrar "das coisas belas".

Após sete anos de colaboração, o "ex-infant terrible" da moda vê com "satisfação" seu trabalho na Hermès, considerando que conseguiu "respeitar todos os códigos da maison", sem traí-los.

O estilista disse ter aprendido muitas técnicas e aprofundado seu trabalho sobre "materiais belos", algo visível na passarela.

Com o tango como fundo musical, as calças para noite apareceram com cintura alta, enquanto outras modelos exibiam shorts de vaqueiro com detalhes em couro. Elie Saab e Marc Jacobs, para Louis Vuitton, encerraram os desfiles de prêt-à-porter feminino para a primavera-verão do próximo ano.

  • Getty Images

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Com trilha sonora do fim dos anos 70, que incluia Rolling Stones e Blondie, o estilista libanês Elie Saab desfilou conjuntos verde oliva e dourado, calças e blusas de seda, além de uma calça curta de modelagem e bainha ampla e um vestido de cintura alta generosamente aberto nas coxas, com tiras cruzadas nas costas.

Ternos de alfaitaria apareceram em tons pastéis, principalmente pêssego, como na combinação entre um short brilhante e uma camisa de babados de organdi, além de vestidos estampados em musselina oliva, rosa e azul-céu.

Para o "anoitecer", jaquetas curtas chaquetas em cobre ou couro adamascado combinavam com pequenos corpetes de tiras ultrafinas sobre longas saias plissadas ou vaporosas. A noite foi invadida por looks de modelagem ampla de cores foscas, muitas vezes drapeados, ideais para as boates ou estréias em Hollywood.

  • Reuters

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O desfile da Vuitton recorreu a diferentes inspirações em uma coleção com brincou com as cores. Abrindo espaço entre os tigres do cenário, a primeira modelo apareceu com um vestido de inspiração chinesa de seda negra, aberto até em cima, com saia bordada.

Os tecidos "tigrados", com estampa que lembravam a pele do animal, apareceram em profusão, em calças e vestidos esvoaçantes no clássico preto e branco e com toques de azul, roxo e amarelo.

A inspiração chinesa apareceu também em um vestido roxo com bordados em laranja e azul claro que deixava aparente uma hot pant amarela. A paleta de cores incluiu também lilás, azul petróleo e cinza.

Os cabelos da Vuitton eram esbranquiçados, quase marmorizados e puxados em franjas que cobriam um dos olhos. Nas mãos, pequenas bolsas que seguiam os tons dos looks. Nos pés, sandálias de tiras muito finas, simples, que deixavam os pés quase nus. A maquiagem tinha um toque de Belle Époque, com lábios muito marcados e brilhantes em tons de vermelho escuro, sobrancelhas finíssimas e olhos esfumaçados em tons de cobre.