Elementos da natureza podem influenciar emoções e até atitudes humanas

Não são apenas os acontecimentos do dia a dia ou de saúde que influenciam as emoções. Os elementos da natureza também podem agir sobre o que cada pessoa sente e mesmo influenciar o comportamento de alguém. Isso ocorre graças à associação que é feita com os sistemas e órgãos do corpo.

Existem diferentes possibilidades de as emoções serem afetadas. Algumas abordagens da neurociência entendem as emoções como processos corporais que existem para manter a homeostase (propriedade do organismo de se manter equilibrado, mesmo quando ocorrem mudanças no meio externo) de nosso sistema e são responsáveis por processos como tomada de decisão e julgamento, ou seja, nossas atitudes e posicionamentos em nossas vidas.

Ao desenvolvermos a consciência de nossa vida corporal, nos tornamos conscientes desses nossos funcionamentos mais intrínsecos, podendo receber respostas internas. A possibilidade de estar consciente sobre tais camadas abre possibilidades para a criação de variadas respostas diante de dilemas que a vida apresenta, inclusive os mais comuns, tipo: como lidar com a rotina, quanto tempo é necessário para o café da manhã da família, como organizar pausas para não terminar o dia exausto ou mesmo como escolher um trabalho.

Identificando associações

Há diferentes abordagens que estudam os sistemas esquelético, muscular, endócrino, nervoso, circulatório etc. Cada uma delas faz sua própria aproximação com os elementos da natureza. A medicina chinesa, por exemplo, associa os órgãos aos elementos — o coração condiz com o fogo; rins, à água; pulmão, ao metal; fígado, à madeira, o baço, à terra.

Já na alquimia, temos o sistema nervoso correspondente ao ar, órgãos e metabolismo correspondentes à água, músculos correspondentes à terra e ossos correspondentes ao fogo, enquanto outros estudos mostram ossos correspondentes à terra e o sistema circulatório, ao fogo, o que parece ir mais ao encontro da medicina chinesa.

Ao entender tais associações, é possível corporificar as qualidades dos elementos em nossa vida, ou seja, identificar as sensações peculiares de cada sistema no próprio corpo.

A identificação dos sistemas corporais é anatômica. Pode ser feita através de práticas meditativas específicas ou por meio de toques. Tocar-se com a intenção de sentir seus ossos é diferente de se tocar para sentir as diferentes camadas da pele ou para sentir seus músculos, por exemplo.

Como tirar proveito

Aprender a influenciar a vida emocional e formar novas atitudes é uma prática diária, uma vez que vai alterar padrões automáticos e criar respostas pessoais. O importante é aprender a ganhar consciência de tais sistemas e seu correspondente funcionamento. Através desse conhecimento, é possível usufruir de todo potencial que existe dentro de cada pessoa.

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O que fazer no dia a dia

A seguir, veja como é possível explorar tal conexão com os elementos da natureza no cotidiano.

Organize uma rotina com pausas e perceba seu ritmo, batimentos cardíacos, respiração, velocidade de pensamento, qualidade de presença e tônus muscular. Agindo assim, é possível definir a maneira "como nos usamos".

Construir pequenos rituais diários para mudanças de estado em diferentes atividades diárias. Situações simples, como: respirar fundo três vezes ou simplesmente bater no batente da porta ou relembrar seu propósito e colocar uma intenção, antes de começar a trabalhar e depois que terminar. Fazer esses pequenos rituais de menos de um minuto nos traz de volta para nosso próprio corpo.

Ter um diário para escrever três motivos que devem ser agradecidos, diariamente. Nosso corpo sente gratidão e nosso cérebro começa a procurar, durante o dia, situações antes não percebidas para nos trazer a mesma sensação.

Trabalhar a autoconsciência, a reflexão e meditações específicas pode ajudar a incorporar as qualidades dos elementos à vida diária. Em dias de menor disposição e letargia, uma breve meditação ou prática de corporificação do sistema circulatório pode ativar a energia do fogo, impulsionando a ação e a iniciativa. Quando os pensamentos estiverem acelerados, ancorar o sistema nervoso por meio de práticas de suporte com ossos e músculos pode trazer mais estabilidade. Além disso, abrir mais espaço para a circulação do ar contribui para a tranquilidade e a desaceleração mental.

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Fonte: Daniela de Oliveira, psicóloga clinica

*Com matéria publicada em 22/5/2021

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