É dia de Iemanjá, rainha do mar: aprenda rituais para se conectar com orixá
Dia 2 de fevereiro é dia de Iemanjá, orixá que vai além das barreiras que muitas vezes existem entre crenças e religiões. A bruxa Pam Ribeiro (@abruxapreta) é médium e nos lembra dos outros atributos de Iemanjá, trabalhados principalmente nas religiões afro-brasileiras e afrodescendentes.
"Aqui, no Brasil, ela é cultuada de uma maneira e, no continente africano, de outra. Ainda assim, os cultos são semelhantes pelo contexto histórico que permeiam. Iemanjá é a Rainha das Águas, de todas elas. Seu nome deriva do termo 'YéYé Omó Ejá', que significa 'mãe cujos filhos são peixes'", diz Pam.
É por essa representação como mãe que Iemanjá também é relacionada à maternidade. Pam, no entanto, lembra que esse aspecto é sobre a criação fértil de Iemanjá em um contexto mais amplo, que pode criar não só filhos, mas a origem de tudo o que nos cerca.
"Temos um forte culto a Iemanjá no Brasil por causa do sincretismo com a Nossa Senhora dos Navegantes. Além do mais, sua imagem foi fortemente vinculada à figura das sereias. A meu ver, não é preciso muito para nos conectarmos com as energias regidas por ela. No entanto, o mais importante é ter respeito. Se você vive a intolerância e o preconceito religioso, não faz sentido se vincular a essa energia só por uma data comemorativa", acredita.
Embora seja um orixá relacionada à fertilidade, Pam defende que os orixás sempre vão nos auxiliar no que for preciso, independente do seu campo mais comum de atuação. O importante é não pedir algo que possa prejudicar os outros e agir com coerência.
"Se eu passei a vida em preconceito, como vou pedir algo para uma orixá afrobrasileira? Essa é a principal percepção que devemos ter, as bênçãos vêm de acordo com as nossas atitudes neste plano. No caso de Iemanjá, por ser uma orixá que nos remete à criação, podemos pedir o fortalecimento desse corpo e o discernimento necessário para aquilo que vamos gerir", defende a bruxa.
Para Pam, não deve existir medo de se conectar com a energia de qualquer orixá. Além do respeito e do conhecimento sobre o culto a essas entidades, se aproximar desses Deuses é uma maneira de ajudar a desmistificar a visão distorcida que existem sobre as crenças afro descendentes e fazer com que elas não sejam embranquecidas, fazendo com que sua verdadeira origem seja cada vez mais apagada.
Abaixo, Pam ensina três rituais para o seu dia 2 de fevereiro ser ainda mais especial e conectado com Iemanjá. Pegou o papel e a caneta? Então, vem!
Altar de honras e pedidos
Ingredientes:
Vela azul clara
Um pratinho transparente ou branco
Copo de água com sal ou água do mar
Você vai colocar a vela no centro do prato. Ao lado, coloque a água salgada. Escolha um ambiente que não tenha atritos e uma estrutura que possa abrigá-los acima da altura da sua cabeça. Acenda a vela e crie sua conexão com Iemanjá, fazendo seus agradecimentos e pedidos.
Banho de rosas brancas
Ingredientes:
Água fresca
Pétalas de rosa branca fresca
Pegamos uma bacia e despejamos a água fresca, sem ferver — pode ser cerca de 1 litro. Colocamos as pétalas de rosas e vamos amassando-as na água, até que soltem seu sumo. Coamos, despejamos as pétalas na natureza e jogamos esse banho do pescoço para baixo depois do banho higiênico.
Banho de alfazema
Ingredientes:
Água
Alfazema
Vamos aquecer a água e antes que ela ferva, desligar o fogo. Jogamos a alfazema, abafamos deixamos amornar. Tomamos nosso banho normal, e logo em seguida, jogamos o banho de alfazema também do pescoço para baixo. Todo resíduo de banho energético deve ser descartado na natureza, em forma de agradecimento a ela.
Ambos os banhos devem ser jogados do pescoço para baixo.
É importante pensar que o que move a energia do ritual são as nossas intenções. Então, que elas sejam as melhores possíveis!
*Com matéria publicada em 02/02/2021
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