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Dicas simples para sobreviver a uma DR durante o confinamento

DR na pandemia: quanto mais tempo de convivência, mais roupa suja para ser lavada. - PeopleImages / iStok
DR na pandemia: quanto mais tempo de convivência, mais roupa suja para ser lavada. Imagem: PeopleImages / iStok

Colunista de Universa

27/02/2021 04h00

O que acontece quando um grupo de pessoas é forçado a conviver, por determinado tempo, isolado do resto do mundo? Uma sucessão insuportável de DRs, as famosas discussões sobre relacionamento que transformaram a Karol Conká, do Big Brother, em uma vilã sem precedentes na história recente da TV.

Tem gente tão viciada em DRs que nem precisa de confinamento. Tem gente, no entanto, que faz qualquer coisa para não entrar em uma: começa a trabalhar mais cedo, vai para a academia, pega a bicicleta para passear, sai (ou saía) para beber com amigos no boteco ou para gastar no shopping.

Na pandemia da Covid-19, que está para completar um ano, não temos como fugir. Nos transformamos em um grande BBB. Com a diferença de que, enquanto no reality show eles precisam conviver com estranhos completos, no nosso BBB, em geral, estamos confinados com pessoas que conhecemos, nossos familiares. Conhecer bem as pessoas, como sabemos, não evita o surgimento de DRs. Ao contrário. Quanto mais tempo de convivência, mais roupa suja para ser lavada.

"Nunca fiz tanta DR quanto no fim de ano", conta uma amiga. "Ficamos dez dias juntos, em dois quartos: filhas, genros e netos. Foi insuportável." Brigas antigas foram revisitadas, acareações foram exigidas, mal-entendidos puxaram esclarecimentos no almoço, no jantar e no café da tarde. O grande problema da DR é que não dá para fugir dela. Igual festa de aniversário da tia ou do filho da amiga: mesmo sem a menor vontade de aceitar o convite, você sabe que não pode recusar.

Quer ver?

Numa abordagem clássica, alguém que quer conferir o status do relacionamento vai te dizer: "Queria falar com você sobre aquilo que você disse hoje de manhã".

Se você disser "Nem me lembro do que falei", a pessoa vai se sentir desvalorizada, o que deverá acrescentar mais um capítulo à discussão. Se você disser "Mas acho que já resolvemos a questão", dará espaço à um argumento irrefutável: "Talvez você tenha resolvido, eu não".

Se você disser: "Podemos conversar outro dia?", sabe que está procrastinando e alimentando a nuvenzinha negra por mais tempo.

Ou seja: não se escapa de uma convocação para DR. Então, ao concordar com essa premissa, você precisa aprimorar suas táticas para que a discussão seja mais curta e menos dolorosa.

Minhas dicas são simples:

- Estabeleça um tempo para a duração da DR, sempre que possível. Como fazer isso? Agende a conversa para acontecer meia hora (ou o tempo que quiser) antes de uma aula ou de uma reunião (não pode, no entanto, ser uma reunião que vai exigir muito de você, no caso de a discussão se inflamar.)

- Leve um mantra ou uma imagem pacificadora para recorrer toda vez que se sentir perto de perder o controle. Escolha antes e treine algumas vezes para ver se eles são realmente eficientes. Fazer uma flor ou a imagem de um campo bucólico te acalmar no meio do incêndio exige certa prática.

- Respire. Se o Gilberto tivesse experiência com aulas de yoga, ele jamais teria perdido a cabeça no BBB. Respire antes de conversar, antes de responder, antes de perguntar. Tomar um gole de água também serve.

- Tente um artifício fantasioso. Diga para você mesmo: "Isso não é pessoal." É pessoal, claro, mas não custa tentar se enganar um pouquinho. A causa é nobre.

- Por fim, lembre-se que não dá para ganhar todas as disputas. Nunca ouviu um coach dizer "Escolha suas batalhas"? Durante uma DR, em geral se joga pesado e com muita artilharia. Mantenha o foco no objetivo principal - sair logo daquela conversa sem muitos danos - e aceite ouvir algumas coisas sem espernear. Afinal, quem disse que o mundo é justo? (Sim, se ajudar, pode usar essa frase também.)

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