Ana Canosa

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Opinião

Ser uma pessoa interessante vai muito além do corpão, do sexo e do bom papo

Num mundo em que todo mundo quer ser desejado, admirado, curtido, compartilhado e amado, a pergunta que fica é: o que te torna, de fato, interessante?

A princípio, parece simples — basta ter uma boa aparência, um papo envolvente, quem sabe um certo status profissional ou uma performance sexual digna de aplausos. Mas, sejamos sinceros: isso segura o quê? Um encontro, dois, talvez uma paixão rápida. Não é disso que se faz uma convivência rica, profunda e contínua. Ser interessante vai além.

É sobre escolhas — as conscientes e as automáticas. É sobre como lidamos com a vida, com os outros e, principalmente, com nós mesmos. E se você está buscando alguém interessante para compartilhar a vida, é justo se perguntar: eu sou interessante para o outro?

Comecemos do começo: o que você está vendendo aí no seu perfil de aplicativo? A foto com o amigo fortão, de biquíni na praia, a legenda sarcástica, a imagem de 10 anos atrás ou com 20 quilos a mais ou a menos? A distância entre o que você mostra e o que você é pode ser uma grande sabotagem.

Mostrar-se como é — com autenticidade e honestidade — é o primeiro passo. Demonstra maturidade, segurança e abre caminho para conexões mais verdadeiras.

E quando a conversa começa? Você ainda manda um "Oi, tudo bem?" ou um "Você vem sempre aqui?" — ou se arrisca com algo mais criativo, tipo: "Qual desenho animado marcou sua infância?" Pode parecer bobo, mas perguntas lúdicas, inesperadas, criam laços.

Abrem portas para memórias, risadas, trocas genuínas. Porque sim, bom humor é afrodisíaco. Curiosidade também. Isso vale também para quem está em relações de compromisso: há muito mais do que somente papo de trabalho, contas e filhos.

Tem a fofoca de alguém para compartilhar - faça isso! Nunca subestime o poder da fofoca para provocar entusiasmo e levar a várias reflexões distintas.

Fórmula do interesse

Estudos mostram que pessoas percebidas como interessantes geralmente reúnem três grandes qualidades: autenticidade, entusiasmo pelos próprios interesses e capacidade de escuta empática.

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Não é sobre ser perfeita, é sobre ser inteira. Acolher suas contradições, ter paixão por algo, rir de si mesmo, saber perguntar sem invadir, aprender a contar uma boa história. Tudo isso comunica presença e humanidade.

E, sim, a busca por felicidade ainda é um dos assuntos mais cativantes. Gente que procura sentido, que se interessa por bem-estar, que busca qualidade de vida e se cuida — física, emocional e intelectualmente — atrai. Porque transmite movimento, desejo de crescer, de dividir o que é bom com o outro.

Então, cuide-se. Estude. Invista nas suas relações, na sua escuta, nos seus hábitos. Pergunte-se o que te move, e o que você gostaria de oferecer ao outro. Troque horas de vídeo aleatório por leitura, por boas conversas, por algo que alimente o seu repertório.

Ser interessante não é ser performático, é ser plural. É saber rir e também silenciar. É ter assunto, mas também saber ouvir. É ter profundidade sem ser arrogante. E, sobretudo, é querer se expandir — e levar a outra pessoa junto nessa jornada.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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