Ana Canosa

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Opinião

Menos pornôs, mais séries: o que assistir para estimular o desejo sexual?

Esta coluna é para você que tem consumido pornografia em excesso e percebe que isso está afetando sua vida sexual. Também é para quem tem uma parceria com baixo desejo sexual ou sente que seu próprio apetite sexual diminuiu. E, claro, para os casais que desejam compartilhar momentos íntimos assistindo a séries que abordam a sexualidade de forma instigante.

O consumo excessivo de pornografia tem sido associado a disfunções sexuais, como disfunção erétil, ejaculação retardada e até ausência de orgasmo, sem causas físicas aparentes.

Segundo especialistas, nosso cérebro não diferencia imagens virtuais de experiências reais, liberando dopamina — o hormônio do prazer — a cada novo estímulo. Com o tempo, isso pode levar à necessidade de estímulos cada vez mais intensos. Daí você imagina o quanto uma relação sexual com uma parceria conhecida pode ser "trabalhosa" e desestimulante para quem tem tanta sacanagem a disposição.

A boa notícia é que, ao reduzir ou eliminar o consumo de pornografia, é possível restaurar gradualmente a função sexual. Mas como substituir esse hábito por algo que estimule o desejo de forma saudável?

Uma alternativa interessante é trocar os pornôs por séries que exploram a sexualidade sob diferentes perspectivas. Muitas dessas produções são envolventes e podem ser apreciadas tanto individualmente quanto em casal, servindo como um estímulo para a intimidade e abrindo espaço para conversas sobre desejos e fantasias.

O mais interessante de assistir a uma série, é que dependendo da temática, tanto você quanto sua parceria podem encontrar um território comum. Além do mais, séries têm um tema principal, mas podem ter diversos "núcleos", explorando tramas diferentes e as personalidades das personagens. Isso estimula que vocês possam conversar sobre diversos assuntos, entre eles o sexo.

Às vezes o sexo é mais violento, como em Spartacus, noutras ele está menos ligado ao binômio homem-mulher e desconectado do casamento, como em Viking, que aliás mostra uma sociedade na qual as mulheres eram mais empoderadas e autônomas.

Muitas fantasias sexuais podem aparecer, o que é um estímulo para o sexo a dois, mas mais do que isso elas favorecem reflexões.

Algumas séries podem ter relação direta com a sexualidade de um casal, como por exemplo You, Me and Her e The Affair. Sexo, poder e dinheiro é um tema também explorado em The Client List, Industry e nas brasileiras Me Chama de Bruna e O Negócio.

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É legal aprender que o sexo lésbico é bem diferente do que se costuma falar por aí assistindo The L Word, e quebrar paradigmas com Sense8. Se o objetivo é entreter-se com as aventuras sexuais dos outros, Grey's Anatomy e Californication podem ser também uma ótima pedida. Em Valéria, produção espanhola que acompanha a vida de uma escritora em crise e suas três amigas, explorando temas como amor, sexo e amizade de forma moderna e realista. Também da Espanha, Elite mistura mistério, drama e cenas sensuais, explorando a sexualidade dos personagens de forma aberta.

Em Sex/Life exploram-se os desejos e fantasias de uma mulher casada que revive seu passado amoroso, trazendo à tona questões sobre monogamia e satisfação pessoal. E tem a interessante cena de Outlander, quando a protagonista ensina o marido a fazer sexo, explorando os corpos e a conexão entre eles. Vale reforçar que muitas cenas de sexo em Outlander foram escritas e dirigidas por mulheres, o que proporciona, ao espectador, que aprenda muito sobre a sexualidade feminina.

Ao assistir a essas séries, você pode encontrar novas formas de excitação, ampliando o campo do imaginário e, para aqueles que estão em relacionamento, criar conexão e inspiração para a intimidade, além de abrir espaço para diálogos sobre desejos e fantasias. Lembre-se de que a comunicação é essencial para uma vida sexual saudável e satisfatória.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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