O que move o desejo feminino? Hormônios, história e afeto, para começar

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Muito se fala, ou se faz piada, com a famosa pergunta: "O que querem as mulheres?". Curiosamente, esse bordão costuma ser usado para fugir da responsabilidade de realmente tentar entender o outro, minimizar a experiência do ser mulher, tornando-a problemática. Em se tratando de sexo, o desejo sexual feminino pode ser menos previsível e linear, o que não necessariamente é ruim.
Pois bem, vamos abrir a receita — ou melhor, uma das receitas possíveis — do desejo feminino. Porque sim, é complexo. Mas não é indecifrável.
A massa
A base do desejo feminino também passa pelo corpo. O funcionamento hormonal influencia nossos estados de espírito e, por consequência, nossas vontades — inclusive sexuais. Há momentos do ciclo em que estamos mais seguras, práticas, intensas; o sexo pode ser apenas mais uma boa parte da vida, ou algo absolutamente essencial.
Na fase fértil, é comum que o desejo se acenda com mais facilidade, que o corpo das outras pessoas desperte interesse e atração sexual e que a atividade sexual genital fique presente em pensamentos e fantasias. Algumas mulheres se tornam mais diretas, outras preferem dar sinais mais sutis — não há uma regra.
Já em outros períodos, como a fase pré-menstrual, o sexo pode ser um lugar de aconchego e intimidade, provocando alívio e "segurança". Nessa hora, aproximação emocional e carinho podem abrir caminhos mais potentes do que qualquer técnica. Escuta e sensibilidade fazem a diferença. O cenário erótico pode ser essencial para desencadear interesse.
O recheio
Toda mulher carrega sua história. Para algumas, o sexo tem gosto de liberdade e descoberta. Para outras, pode ter deixado traumas, inseguranças, dúvidas. Há quem precise de tempo, quem precise de segurança, quem precise de intensidade. O recheio afetivo e erótico é feito das vivências, das referências familiares, das experiências passadas — e do quanto se pôde ou não explorar o próprio corpo e seus desejos.
Mas o bonito é que sabores podem mudar. Um bolo sem graça pode se transformar com a mistura certa de afeto, cuidado e curiosidade. Respeito é o fermento essencial dessa receita.
A cobertura
A aparência nem sempre conta a história inteira. Há mulheres que parecem seguras, sensuais, decididas — e na intimidade ainda estão se descobrindo. Outras, mais discretas no dia a dia, podem ser surpreendentes em entrega, criatividade e intensidade.
O segredo? Não julgar pelo visual. Não rotular. Estar disposto(a) a conhecer a pessoa inteira, e não apenas a fantasia que se projeta nela.
A cereja do bolo
O tempero da relação está no equilíbrio entre o afeto e o mistério, entre a firmeza e a delicadeza, entre a presença e o espaço. Ser previsível demais pode matar a graça; ser instável, também. Mas ser verdadeiro, disponível e atento — isso encanta.
Ao final, o ideal é que a mulher não saia da cama pensando que precisa de alguém para ser feliz. Mas que sinta, com o corpo e com o coração: "Eu quero sexo porque me isso me faz sentir viva."
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