Geração Z

Conheça jovens que estão construindo um futuro melhor para as mulheres

Por Júlia Flores

Fatou Ndiaye, 15 anos

Ativista, estudante, palestrante e colunista. Ela sofreu ataques preconceituosos em colégio do Rio de Janeiro e ganhou fama nacional por seu posicionamento antirracista
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Como garantir um futuro melhor para as mulheres?

"Precisamos entender nossos problemas. Rever nossas questões, nossas demandas. Temos que incluir todas as mulheres na nossa luta. Não adianta lutar por uma sociedade mais justa sem incluir mulheres periféricas e não ocidentais, por exemplo. E manter um diálogo inteligente para alcançar uma sociedade mais justa"
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Helena Branco, 18 anos

Líder na luta contra a pobreza menstrual, Helena é ativista pela igualdade de gênero, Young Leader na Women Deliver e primeira Teen Advisor brasileira no Girl Up
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Em que pontos precisamos avançar?

"Temos que falar sobre o direito sexual e reprodutivo das mulheres. Tivemos muitas vitórias pela igualdade de gênero, mas também vários retrocessos. A pobreza menstrual não é só a falta de produtos, mas também a falta de acesso a informações. É defendendo essa causa que faço diferença no planeta"
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Isabelle Christina, 18 anos

Isa é a idealizadora do projeto Meninas Negras, movimento que propõe ações de empoderamento, empreendedorismo e educação para jovens de comunidades carentes. Ela também atua como "Jovem Transformadora" na ONG Ashoka Brasil
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Qual a causa que você defende?

"A minha principal luta é contra a desigualdade social e acredito que isso pode mudar através da educação de qualidade. Vivemos em um mundo desenhado por homens e para homens, precisamos inserir as mulheres em lugares de fala, de co- construção, para que a gente mude o layout do planeta que temos"
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Karoliny de Oliveira, 19 anos

Aos 13, Karol idealizou a Associação Olhar Diferente, que auxilia famílias em situação de vulnerabilidade social no Acre. No último ano, o projeto da estudante de enfermagem ajudou vitimas da pandemia e dos alagamentos que atingiram o estado.
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Podemos mudar o mundo com pequenas atitudes?

"Para avançarmos, precisamos buscar equidade salarial entre homens e mulheres, parar de objetificar o corpo feminino e ensinar as crianças que não existe brincadeira só de menino ou só de menina. Na minha opinião, não podemos mudar o mundo de todos com pequenas ações, mas pequenas atitudes podem mudar o mundo de pessoas que ajudamos diretamente"
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Lua Oliveira, 13 anos

Lua é a mais jovem da lista. Ela ficou famosa ao criar uma biblioteca com 18 mil livros em comunidade carente do Rio de Janeiro
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Como mudar o futuro?

"Acho que as mulheres têm que ser respeitadas do mesmo jeito que os homens -- nem mais, nem menos --, isso se chama igualdade social. Uma vez aprendi uma palavra que significa muito pra mim, que é equidade. Precisamos nos apoiar, parar de falar mal uma da outra. Acredito que isso mudaria o nosso futuro"
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Nayara Almeida, 23 anos

Aativista climática do Engajamundo e coordenadora do Brota no Clima, programa de educação climática para jovens periféricos do Rio de Janeiro
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A mudança vem através de quais ferramentas?

"O afeto muda muito o mundo. Ouvir o outro tem um potencial transformador gigantesco. Outra coisa que eu acho que muda o mundo é questionar, ser uma ativista de questionamento. É importante questionar pequenos hábitos, como, por exemplo: por que usar um copo de plástico e não um copo de material sustentável? Isso pode mudar o mundo"
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Rafaela Boani, 21 anos

Líder estudantil que participou da ocupação da primeira escola em Diadema nos protestos contra a merenda seca, em 2016. Ela também foi a candidata mais jovem do Brasil a disputar uma prefeitura nas últimas eleições e agora é Coordenadora de Políticas Públicas da Juventude de Diadema
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A política faz parte dessa transformação?

"Acreditar na luta e na resistência faz com que a gente chegue aos caminhos que queremos. Tenho certeza que a frase 'sozinha eu ando bem, mas com você eu ando bem melhor' diz muito sobre a gente. Temos que nos unir pela luta dos nossos direitos e de politicas públicas efetivas, construídas por nós e para nós"
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Thais Gomes, 24 anos

Jovem é empreendedora social na Junts e ativista de Diversidade, Inclusão e Impacto Social. Também participa do projeto Meninas Negras.
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O que você imagina para um futuro mais justo?

"Precisamos avançar na interseccionalidade. É muito comum vermos conversas sobre o avanço do gênero feminino, e ver que esse aumento só acontece para a mulher branca, cis e hétero. A gente ainda tem que falar sobre mulheres negras, trans, acima de 50, indígenas e por aí vai..."
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Ysis Maciel, 20 anos

Coordenadora de produção e cientista de dados na GatoMÍDIA -- rede e metodologia de ensino de tecnologia para jovens negros
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Quando as coisas vão melhorar?

"Desde os 14 anos eu faço pesquisas. Por me dedicar à ciência, tive acesso a coisas que a maioria dos jovens da periferia nunca terão. Acredito que, para avançarmos e termos um futuro mais justo, precisamos notar as diferenças entre o feminismo branco e o negro. A sociedade só vai melhorar quando o racismo acabar"
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Isadora, 26 anos

Isa é cantora e compositora de R&B. Temas como combate à violência de gênero e equidade social aparecem em suas letras
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União faz a força?

"Acredito que o futuro pode ser melhor para nós, mulheres, mas para isso acontecer, precisamos nos unir. É complicado porque, mesmo em situações do cotidiano, a gente se sente coagida. O Brasil ainda é o 5 país com o maior número de mortes de mulheres. Além disso, outro ponto pelo qual devemos lutar é contra a desigualdade salarial"
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Publicado em 10 de março de 2021.
Reportagem: Julia Flores Edição: Bárbara dos Anjos Lima Arte: Ana Carolina Malavolta Continue navegando por Universa