Escassez de orgasmos?

Como mulheres solteiras estão lidando com o tesão em tempos de isolamento

Bruna Santos, 24 anos, jornalista, Guarulhos (SP)

"Para ser sincera, está bem difícil. Sempre tomei pílula por causa das fortes cólicas e ela diminui a minha libido. Na pandemia, parei de tomar. Com isso, senti mais tesão do que qualquer outra coisa.
acervo pessoal
"Apesar de ainda ser tabu, a masturbação é um momento nosso. A gente se descobre e cria uma conexão com nós mesmas. Até olhei algumas lojas de vibradores: acho legal, mas ainda não tentei. Quero experimentar, deve ser muito diferente."
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Kelly Carolline, 33 anos, projetista, São Paulo

"Estou solteira há sete meses. Terminei um relacionamento de 4 anos, dois morando juntos, bem em meio a pandemia. Está bem difícil ser solteira nesses tempos, por isso fiz uma aquisição nesse período: um vibrador. Me salvou em um grau que não sei como vivi sem ele antes."
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"Eu e minhas amigas passamos a assistir mais pornografia, mas, olha, não curti. É muito pesado. Depois descobri um novo formato, um pornô mais soft, que tem uma história. Sigo a Xan Ravelli, acho ela uma deusa, e no auge da pandemia, às sextas, ela fazia uma live sobre sexualidade que abriu minha mente. Você não precisa ver filme pornô para se masturbar. Dá para fazer isso no banheiro, no banho..."
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Stephanie Avari, 33, publicitária, São Paulo

"Não estou furando muito a pandemia, mas fui a alguns dates nesse período. Com isso, a gente passa por vários medos. Toda vez que encontro alguém, não sei se a pessoa está negativa para Covid-19 ou não."
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"Sai com uma médica que trabalhava na emergência. Dois dias depois de nos vermos ela teve sintomas e testou positivo. Achei que tinha pego, mas não tive nada. Cheguei ao Brasil em maio de 2020, estava morando na Malásia e voltei para a casa da minha mãe. Criou outra questão: não posso receber ninguém em casa e tenho que ir para a casa de uma pessoa que não conheço, o que é outro risco."
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Livia Monteiro, 25 anos, Community Manager, São Paulo

"Nesta pandemia eu tive fases. A primeira foi: 'estou sozinha e vou aproveitar'. Sou muito a favor dos vibradores mas chegou em um ponto que as relações humanas estavam fazendo falta. Não era só orgamos que eu precisava, mas do prazer humano, do interesse de ter esse encantamento."
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"Hoje eu estou em uma segunda fase: meu tesão acabou. Já esgotei o vibrador e não tenho ninguém. Já tive romances na pandemia, que tem todo aquele planejamento de ficar quarentenado por 15 dias antes de nos encontrarmos. Posso estar errada em ter feito essas escapadas, mas me senti segura. Hoje me falta essa relação, estou com zero contatinho"
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Marcela Bertolani, 26 anos, bacharel em direito, Osasco (SP)

"Terminei um relacionamento de quase 4 anos em meio a pandemia, o que complica ainda mais a situação. E como não podemos sair de casa as opções para extravasar ficam limitadas, mas a gente sempre dá um jeito."
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"Procurei um podcast, o Sexlog, que pode ajudar na masturbação. Achei bem interessante. São contos eróticos com várias durações. Tem um, sobre sexo oral, por exemplo, que tem um minuto. Você escuta e acaba indo no embalo das histórias. Foi uma forma que eu encontrei para aliviar o tesão."
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Mariana Queiroz, 33, consultora de comunicação, São Paulo

"Consigo controlar bem o tesão, independente da pandemia. Passei longos períodos sem transar mesmo antes do isolamento, mas parece que a proibição deixa as coisas bem diferentes."
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"Tenho um amigo, que sei que está se cuidando, que encontro ocasionalmente. Não somos um casal e nem estamos apaixonados, mas a gente transa quando se vê. Foi uma saída para matar o tesão acumulado."
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Paula Costa Val, 29 anos, publicitária, Belo Horizonte

"No meio de 2020 parei de tomar pílula e o aumento do desejo se uniu à carência que a falta do contato físico traz. Desvio a atenção da carência tendo a maior quantidade de contato online possível com as pessoas que gosto."
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"Já ensaiei comprar um vibrador muitas vezes.. Antes não sentia a necessidade. Olho os preços e vejo os modelos. São muitas opções! Acho que será minha próxima compra. Sempre me satisfiz comigo mesmo, mas não tô achando que é o suficiente. Falta o toque, um contato físico."
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Publicado em 12 de abril de 2021.
Reportagem: Rafaela Polo Edição: Bárbara dos Anjos Lima Arte: Ana Carolina Malavolta e Marcos Antonio Lima Junior Continue navegando por Universa