Banda L'Impératrice traz ao Brasil músicas para 'esquecer das coisas ruins'

Imagina uma banda que consegue criar uma música que reúne, ao mesmo tempo, disco music, Daft Punk, jazz, rock e o funk americano dos anos 70.
Parece uma salada meio indigesta, mas ao ouvir o grupo L'Impératrice, percebemos que faz todo sentido.
O sexteto francês está no Brasil para apresentações no Cine Joia, em 4 de novembro, e no festival Rock the Mountain, no dia 7.
Quem é L'Impératrice?
O sexteto francês é um dos principais representantes da nova música pop francesa, ao lado de La Femme, Lewis Ofman e Victor Le Masne, entre outros. São artistas que revigoram a tradição francesa do pop por meio de um olhar global e nostálgico.
O grupo foi formado em Paris há quase 15 anos por Charles de Boisseguin, vocalista e tecladista. Hoje, ele é acompanhado por Hagni Gwon, tecladista, Maude "Louve" Ferron, vocalista, Achille Trocellier, guitarrista, David Gaugué, baixista, e Tom Daveau, baterista.
A banda já lançou três discos: "Matahari" (2018), "Tako Tsubo" (2021) e "Pulsar" (2024).
Confira a entrevista com a banda com o vocalista:
TOCA - O trabalho de vocês tem uma identidade visual muito forte, nas capas dos discos, nos clipes, nas roupas que vestem. Como encaram essa relação entre imagem e música?
Charles de Boisseguin - Como somos uma banda de seis integrantes, é muito importante nos reunirmos para tentar criar algo coerente e único, que não seja guiado pelas identidades individuais, mas sim pela música. Por isso, tentamos reunir todas as nossas influências dentro de uma mesma direção artística, de um mesmo universo visual.
Vocês parecem equilibrar bem os elementos analógicos e os eletrônicos nas músicas. Como decidem o que deve soar mais orgânico e o que deve ir mais para o digital? Como dosam isso?
Nós temos a sorte de ter uma seção rítmica muito boa, que precisa soar orgânica. A bateria, o baixo e a guitarra são o coração da banda, assim como os vocais. Depois, criamos os arranjos com sintetizadores, porque amamos sintetizadores. Isso faz parte da nossa direção artística e da nossa experiência.
Crescemos ouvindo muito disco e funk dos anos 70 e 80. Às vezes, usamos instrumentos como cordas, violinos e violoncelos. O equilíbrio está aí: gostamos que a matéria-prima seja analógica, e usamos o digital para empurrar esse material para outro lugar. Nossa música precisa das duas coisas. No começo, éramos totalmente analógicos, mas com o tempo isso mudou bastante.
O som da L'Impératrice mistura disco, funk, eletrônico e pop francês. Quais são as principais inspirações de vocês? Que tipo de sentimento vocês querem transmitir na música?
Temos sorte porque cada um de nós vem de uma formação musical diferente: alguns da música clássica, outros do rock, do jazz, da disco. É um grande caldeirão de influências, e isso torna o processo de criação muito divertido. Crescemos ouvindo Daft Punk, toda a cena da French Touch, tipo Air, Phoenix, Justice. Mas tentamos trazer algo nosso, porque também somos grandes amantes do pop. Acho que tentamos criar algo com groove, com alegria e melancolia ao mesmo tempo. Essa é a nossa receita.

As músicas de vocês parecem ter um ar de escapismo e de fantasia. Vocês concordam? Se sim, por que isso é importante?
Concordo totalmente. Sempre pensamos a música como uma forma de escapismo, algo que permita às pessoas se distrair, esquecer as coisas ruins. Queremos fazer as pessoas felizes, transmitir boas vibrações. Para nós, estarmos no estúdio ou no palco são momentos especiais, em que só a música importa e tudo o que é ruim fica de lado. De certa forma, nos vemos como entertainers, como artistas que querem proporcionar esse tipo de fuga.
Quais artistas atuais vocês recomendariam ao público?
Gorillaz, Rosalía, alguns artistas franceses contemporâneos. Há muitos nomes interessantes hoje.
E, se pudessem escolher um artista brasileiro para colaborar, quem seria?
Ah, é difícil escolher! São tantos… Chico Buarque, Ivan Lins, Marcos Valle, Maria Bethânia. Somos realmente apaixonados pela música brasileira.
Serviço:
L'Impératrice
Quando: 4/11
Onde: Audio (av. Francisco Matarazzo, 694, São Paulo)
Quanto: a partir de R$ 177,50
Ingressos: eventim.com.br/LImperatrice
Classificação: 18 anos
Rock the Mountain
Quando: 7/11 a 9/11
Onde: Parque de Exposições de Petrópolis (estr. União e Indústria, 10.000, Petrópolis, RJ)
Quanto: a partir de R$ 514
Ingressos: sympla.com.br
Classificação: 18 anos























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