Samba, reencontros marcantes e coroação de Liniker encerram Doce Maravilha

O Doce Maravilha fechou suas portas neste fim de semana no Rio com a sensação de missão cumprida. Em um mês onde a cena musical brasileira ganhou destaque após a baixa de shows internacionais no The Town, o festival carioca fez questão de ressaltar a força do "Produto Interno Bruto" da nossa música.

Como foi

O último dia (28), em especial, foi uma celebração vibrante que mesclou reverência à história, poder de fogo do pop atual e reencontros que fizeram a plateia vibrar.

Liniker: a coroação no palco do pop

Pabllo Vittar também passou pelo palco de Liniker no Doce Maravilha 2025
Pabllo Vittar também passou pelo palco de Liniker no Doce Maravilha 2025 Imagem: Alex Woloch/Divulgação

A cereja do bolo e um dos shows mais aguardados, Liniker entregou uma performance de coroação. Levando o público à recriação ao vivo do aclamado álbum "Caju" (o melhor do pop em 2024 e recordista de indicações ao Grammy 2025), a cantora não estava sozinha. Ela soprou as velinhas ao lado de todos os seus convidados: BaianaSystem, Melly, Priscila Senna, Lulu Santos e Pabllo Vittar.

Melly e BaianaSystem participam do show da Liniker, no Doce Maravilha
Melly e BaianaSystem participam do show da Liniker, no Doce Maravilha Imagem: Alex Woloch/Divulgação

Com seus recém-completos 30 anos, Liniker mostrou-se plena, incendiária e feliz, confirmando seu lugar no panteão do pop brasileiro com uma mestria e leveza que explicam seu estrondoso sucesso. Houve espaço até pra lançar "Charme", música nova.

Lulu Santos e Liniker no palco do Doce Maravilha 2025
Lulu Santos e Liniker no palco do Doce Maravilha 2025 Imagem: Diego Padilha/Divulgação
Continua após a publicidade

Martinho, Alcione e Zeca: cadenciamento da história

Zeca Pagonho abraça a amiga Alcione no Doce Maravilha, no domingo (28), no Rio
Zeca Pagonho abraça a amiga Alcione no Doce Maravilha, no domingo (28), no Rio Imagem: Alex Woloch/Divulgação

O que é o samba no Brasil? A resposta veio em forma de trio de ouro: Martinho, Alcione e Zeca Pagodinho deram ao público o melhor do gênero. Com mais de 40 anos de estrada e muita música feita em conjunto, a cadên§cia e o repertório passearam pelo que de melhor foi composto pelos artistas que, juntos, ajudaram a formar o ritmo. A ousadia fica por conta da sugestão: uma turnê dos três não seria nada mal.

Zeca Pagodinho recebe Martinho da Vila no palco do Doce Maravilha 2025
Zeca Pagodinho recebe Martinho da Vila no palco do Doce Maravilha 2025 Imagem: Alex Woloch/Divulgação
Continua após a publicidade

Delacruz: tributo a Marcinho e funk melody

Se o tema era amor, Delacruz assumiu a missão de homenagear o legado de Marcinho. O "último romântico do rap" misturou seus hits —'Seu Jogo', 'Tudo Aconteceu' e músicas do álbum 'Vinho'— com o funk melody.

Mareé, filha de Marcinho, cantou com Delacruz no Doce Maravilha 2025
Mareé, filha de Marcinho, cantou com Delacruz no Doce Maravilha 2025 Imagem: Alex Woloch/Divulgação

Junto da Nova Orquestra e de Mareé (filha de Marcinho), Delacruz passeou pelas ondas que fizeram o gênero ser o que é. O público cantou todas as músicas, consagrando o show como um dos melhores de toda a edição.

Continua após a publicidade
Nando Reis e Samuel Rosa no palco do Doce Maravilha 2025
Nando Reis e Samuel Rosa no palco do Doce Maravilha 2025 Imagem: Alex Woloch/Divulgação

Nando Reis e Samuel Rosa: hitmakers

Amigos de mais de três décadas, Nando Reis e Samuel Rosa subiram ao palco e provaram que, quando juntos, o gol é certo. Pelo setlist, clássicos como Resposta e Dois Rios, além de sucessos das carreiras solo, embalaram a plateia. Um encontro de hitmakers que faz valer o ingresso.

Jards Macalé no show do Doce Maravilha, no domingo (28), no Rio
Jards Macalé no show do Doce Maravilha, no domingo (28), no Rio Imagem: Alex Woloch/Divulgação

Continua após a publicidade

Jards Macalé: orixá e releitura de 1972

Um orixá vivo da música brasileira, Jards Macalé, aos 82 anos, refez o álbum seminal de 1972. Sem vestígios de Mal Secreto, o músico, acompanhado de um potente power trio (Thomas Harres, Gui Held e Pedro Dantas), mostrou a nova geração os motivos pelos quais aquele disco permanece um corte na música brasileira e que perpassa gerações.

Pretinho da Serrinha e Paulinho Moska: em casa

Cria da Serrinha e forjado pelo próprio Jockey com seu projeto "Samba do Pretinho", Pretinho da Serrinha estava em casa. Abrindo a roda, ele passeou pelos grandes sucessos do samba. Um dos nomes mais requisitados na música atual por seus arranjos e produções, Pretinho recebeu Paulinho Moska no palco para celebrar o encontro e reverenciar os 30 anos de carreira do amigo. O público pediu bis.

Paulinho Moska e Pretinho da Serrinha dividem palco no Doce Maravilha 2025, no Rio
Paulinho Moska e Pretinho da Serrinha dividem palco no Doce Maravilha 2025, no Rio Imagem: Alex Woloch/Divulgação

Continua após a publicidade

Biltre e reconexão com 'Bananobikenologia'

A banda Biltre reconectou-se com o disco que marcou sua trajetória, "Bananobikenologia", apresentando o show da versão deluxe recém-lançada. Mesmo sem lançar material desde 2022, a banda já tem um novo trabalho preparado para 2025.

Melly convidou Rashid para dividir o palco do Doce Maravilha
Melly convidou Rashid para dividir o palco do Doce Maravilha Imagem: Alex Woloch/Divulgação

Melly e Rashid: troca de gerações

A jovem em ascensão Melly convidou Rashid para dividir o palco. A parceria rendeu uma boa performance, num encontro que reiterou a saudável troca entre diferentes gerações e ritmos da música brasileira.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

Deixe seu comentário

O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.