O disco que Elis Regina sonhava gravar (e que nunca existiu)

Nos primeiros dias de 1982, semanas antes de sua morte, Elis Regina já articulava o repertório de um novo álbum de estúdio. Seria o primeiro projeto solo após o fim da histórica parceria com César Camargo Mariano, e sinalizava novos rumos para sua carreira.

A informação é do biógrafo de Elis, Julio Maria, no portal Jazzify. Baseado em documentos recentemente encontrados, listas de músicas e conversas com músicos próximos — como Natan Marques e o letrista Ronaldo Bastos —, o jornalista conseguiu mapear parte do repertório que Elis já havia pré-selecionado:

A cantora planejava gravar "Nos Bailes da Vida", de Milton Nascimento e Fernando Brant, além de "Tudo que Você Podia Ser", clássico do Clube da Esquina, de Lô Borges e Márcio Borges.

A seleção indicava uma nova guinada artística: menos ancorada em grandes arranjos orquestrais, mais próxima da nova geração da MPB — com letras de Ana Terra, Filó Machado e especialmente dos mineiros do Clube da Esquina, com quem Elis vinha se conectando cada vez mais.

A ideia de um disco que unisse sua potência vocal a uma estética mais intimista e contemporânea nunca se concretizou. Sua morte precoce, em 19 de janeiro de 1982, interrompeu o projeto antes mesmo de qualquer gravação.

Deixe seu comentário

O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.