Com dois bateristas e uma baixista, C6 Fest tem 2ª noite intensa e refinada

Após uma grande noite de abertura, retornamos ao Auditório Ibirapuera, em São Paulo, para mais uma rodada de música de qualidade, no segundo dia do C6 Fest 2025.

Para iniciar os trabalhos nesta sexta (23), o músico estadunidense Kassa Overall e sua banda entregaram uma performance que destacou sua abordagem inovadora, misturando jazz, hip-hop e experimentação sonora.

O baterista, que também é rapper, produtor e cantor, começou com um som complexo e refinado, mas suave. Aos poucos, o clima foi esquentando com um solo crescente de Overall, acompanhado por saxofone, contrabaixo acústico, percussão e piano.

Kassa Overall faz show no C6 Fest
Kassa Overall faz show no C6 Fest Imagem: Rodrigo Gianesi/UOL

Na sequência, subiu ao palco o grupo Brian Blade & The Fellowship Band. Fundado em 1997 pelo baterista e compositor dos EUA Brian Blade, o repertório da banda combina jazz moderno, gospel, folk e música americana tradicional.

O show foi uma verdadeira demonstração do virtuosismo de Blade e seus colegas. Entre melodias suaves, que pareciam canções de ninar, e solos intensos de bateria que empolgaram o público, a estreia da banda no Brasil foi um absoluto sucesso.

Show de Brian Blade na noite de sexta (23) no C6 Fest, no auditório Ibirapuera
Show de Brian Blade na noite de sexta (23) no C6 Fest, no auditório Ibirapuera Imagem: Rodrigo Gianesi/UOL

O segundo dia do festival foi encerrado pela multiartista Meshell Ndegeocello. Antes, porém, houve uma abertura surpresa feita pelo baterista Abe Rounds e o tecladista Jake Sherman, do duo Jake and Abe, que integram a banda de Meshell.

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A dupla apresentou seu recém-lançado disco de estreia, "Finally", título escolhido pela própria Meshell para um trabalho que levou sete anos para ser concluído.

O restante da banda subiu ao palco ao som da tradução de um trecho de um ensaio de James Baldwin, retirado do livro "The Cross of Redemption: Uncollected Writings". O texto aborda a responsabilidade do artista em iluminar as sombras vividas por milhões de pessoas, mesmo ao custo de sua própria segurança ou conforto.

A apresentação de Meshell Ndegeocello no C6 Fest 2025
A apresentação de Meshell Ndegeocello no C6 Fest 2025 Imagem: Rodrigo Gianesi/UOL

O repertório de Meshell homenageou o centenário do poeta Baldwin, trazendo um conjunto belíssimo de composições intensas, que mesclam experimentação jazzística com as raízes da música negra norte-americana em um tour de force impressionante. Foi um encerramento excepcional para a programação do C6 Fest no Auditório Ibirapuera.

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