Xororó sobre feat do sonho: 'Curto Linkin Park, Motörhead. Seria inusitado'

Irmãos de vida e de palco, Chitãozinho e Xororó sentem o mesmo frio na barriga quando sobem no palco de um evento tradicional como Jaguariúna Rodeo Festival - onde serão a principal atração em 2025. "O rodeio tem um lugar especial no coração do sertanejo. Desde o começo da nossa carreira, sempre estivemos perto desse tipo de evento", diz Chitãozinho.
Já nos fones de ouvido, eles não poderiam ser mais diferentes. Enquanto Chitãozinho tem uma playlist só com modões, Xororó revela sua predileção: "Eu gosto de ouvir Linkin Park, Motorhead, Coldplay", diz, sem deixar de brincar: "Seriam 'feats' muito inusitados. Acho que todo mundo ia se surpreender."
Nada inusitado demais para uma dupla que já gravou um disco com Milton Nascimento, tocou ao vivo com a Fresno e até participou do show do americano Bruno Mars. "Isso foi importante para levar a nossa música para diferentes gerações", observa Xororó, em entrevista para o TOCA.
"Nós mesmos fizemos parte de uma transformação lá atrás, quando colocamos bateria e guitarra no nosso som, por exemplo. Na época foi ousado, hoje é natural", completa Chitãozinho.
Essa maneira de enxergar a própria música sertaneja faz a dupla vibrar com as misturas propostas nos eventos sertanejos. "Hoje em dia, o rodeio é um grande festival musical, mistura a tradição sertaneja com outros estilos, DJs. É uma festa que valoriza a música", diz Xororó.
Confira trechos da entrevista:

TOCA - Vocês são a atração principal de Jaguariúna. Com tantos anos de carreira, vividos em tantos palcos diferentes, como é para vocês se apresentar numa festa de rodeio hoje em dia? Em perspectiva, como esses eventos evoluíram do início da carreira de vocês pra cá?
Chitãozinho - Para nós é sempre uma emoção diferente. O rodeio tem um lugar especial no coração do sertanejo. Desde o começo da nossa carreira, sempre estivemos perto desse tipo de evento, e ver como ele cresceu, como se modernizou, é muito bonito.
Xororó - É verdade! O que não muda é o calor do público. É uma energia muito forte! A gente sobe no palco com o mesmo frio na barriga de quando começou, porque temos muito respeito e carinho pelo público. Hoje em dia, o rodeio é um grande festival musical, mistura a tradição sertaneja com outros estilos, DJs. É uma festa que valoriza a música.
Eventos como este também refletem a evolução da música sertaneja, que tem ficado cada vez mais pop. Como veem hoje essa transformação? E como vocês agregam essa mistura no som?
Chitãozinho - A gente sempre acreditou que a música sertaneja é viva, que se transforma com o tempo. Nós mesmos fizemos parte de uma transformação lá atrás, quando colocamos bateria e guitarra no nosso som, por exemplo. Na época foi ousado, hoje é natural.
Xororó - A gente sempre vai buscar esse equilíbrio. Respeitamos muito as raízes, mas estamos sempre inovando também, trazendo arranjos diferentes. Isso foi importante para levar a nossa música para diferentes gerações e viver uma carreira que agora completa 55 anos.

Vocês mesmo já fizeram muita parceria, com Fresno, Milton Nascimento. Guardam ainda algum nome dos sonhos? O que, fora sertanejo, acaba fazendo a cabeça (e os fones de ouvido) de vocês?
Chitãozinho - A gente sempre foi muito aberto à música, fizemos parcerias incríveis. Temos um carinho enorme por grandes amigos da MPB, do rock nacional e internacional. A gente gosta de fazer essas conexões. No meu fone sempre tem muito sertanejo, ouço os modões e a nova geração também.
Xororó - É até difícil pensar em um sonho de parceria, já tivemos a oportunidade de cantar com muitos artistas especiais. No nosso último álbum teve feat com Simone Mendes, a Fresno que você citou e o grupo japonês Beijing, muitas oportunidades diferentes. Gosto muito de música internacional, rock, acho que ajuda também a ampliar a nossa visão para trazer novidades para a nossa música também.
A cantora Kacey Musgraves é uma das atrações de Jaguariúna, junto com vocês.
Chitãozinho - A Kacey é uma grande artista. A gente admira muito esse movimento da música country americana, a aproximação com a música sertaneja e os nossos rodeios aqui no Brasil. Poderia ser uma parceria bacana, já pensou?
Xororó - Olha, eu gosto de ouvir Linkin Park, Motörhead, Coldplay... seriam feat muito inusitados! Acho que todo mundo ia se surpreender. O Bruno Mars também, que, inclusive, a gente cantou no show dele no ano passado e foi bem legal.

Vocês começam a turnê 'Histórias' neste fim de semana com muitos outros artistas do sertanejo, e é impossível não lembrar do projeto 'Amigos', seria uma nova fase?
Chitãozinho - O 'Histórias' é um festival musical, a gente fica muito feliz de fazer parte e dividir a grade de shows grandes nomes como Cesar Menotti e Fabiano, Daniel, Victor e Leo, e Zezé Di Camargo e Luciano, e o Leonardo, que fazem parte do 'Amigos' com a gente. Todos eles têm uma trajetória de sucesso de muitos anos, de muito trabalho, entendem muito de música.
Xororó - A troca é constante, tanto fora quanto dentro do palco. Conversa, aprendizado, amizade. Cada um tem sua história, mas todos nós temos o amor pela boa música.
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