Sírio Omar Souleyman traz sua vibe celebratória para o Gop Tun Festival

Os idiomas podem ser muito diferentes, mas batida não precisa de tradução, provou Omar Souleyman na primeira noite do Gop Tun Festival, em São Paulo.

O músico sírio era uma das atrações mais esperadas do evento. Artista cult nos EUA e Europa a partir dos anos 2010, Souleyman começou a carreira tocando em casamentos na Síria. O público mudou, mas a vibe continua celebratória, com muita música para bater palma junto.

Durante uma hora, Souleyman fez pular uma plateia de cerca de 2.000 pessoas com músicas que poucos deviam conhecer, cantadas em uma língua incompreensível para a maioria. "Hey hey", conclamava Souleyman, num raro momento de vocabulário universal.

Com postura dura e movimentos contidos, óculos escuros e indumentária típica árabe, com o keffiyeh quadriculado na cabeça, Souleyman é uma presença incomum num festival de música eletrônica.

Imagem
Imagem: Ariel Martini/Divulgação

Entoa vocais em árabe enquanto desabam beats eletrônicos redondos, pontuados por melodias do dabke (estilo festeiro da Palestina, Síria e Líbano) tocadas em uma versão sintética do "oud", ou alaúde árabe.

Diversidade no primeiro dia

Realizado do lado de fora do Estádio do Canindé, a quarta edição do festival eletrônico Gop Tun teve início na tarde de sábado (19) com a DJ Soft Soup, ligada a núcleos da cena mineira como 1010 e Curral.

Continua após a publicidade

Pedro Bertho, brasileiro residente do clube francês Le Sucre, entrou em seguida para subir a temperatura mais um pouco, embalando a transição do dia para a noite com tonalidades de house music.

Na sequência, a paranaense Giu Nunez entregou um set de muita diversidade sonora, com uma forte presença de disco e house de sotaques africanos. A pista estava pronta para receber Omar Souleyman.

O brasileiro Zopelar e a holandesa Carista tocam juntos na primeira noite de Gop Tun Festival
O brasileiro Zopelar e a holandesa Carista tocam juntos na primeira noite de Gop Tun Festival Imagem: Ariel Martini

Depois do músico sírio, foi a vez do brasileiro Zopelar e da holandesa Carista tocando juntos, a união de uma prata da casa com um nome estrangeiro com muitos fãs no Brasil. O set começou bem atmosférico e jazzy, mas em 40 minutos já cavalgava nos beats fortes do techno, entre faixas clássicas dos anos 1990 e produções recentes. Momentos de apoteose.

O final da primeira etapa do festival ficou a cargo do escocês Hudson Mohawke, que contou com uma ajudinha extra da chuva torrencial para compactar os corpos sob a tenda do festival. Mohawke começou com funk brasileiro para depois ir em muitas direções diferentes, incluindo techno, hyperpop, breakbeat e misturas inclassificáveis.

O Gop Tun Festival começou diverso e fervente. Que venha o segundo dia.

Deixe seu comentário

O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.