Juliette cai no risca faca após fama: 'Sou chique, mas gosto da bagaceira'

"Não quero morar em Paris, nem beber vinho da França", canta Juliette na faixa-título do seu novo disco, "Risca Faca", lançado nesta quinta-feira (17).
A maquiadora que, há quatro anos, ganhou o Big Brother Brasil e decidiu se aventurar na música, de fato, se acostumou a frequentar lugares sofisticados (inclusive já esteve em Paris com uma taça nas mãos). "Mas que é melhor um risca faca, isso é", ela diz ao TOCA.
"Acho que é a minha melhor versão. Tirar o salto, comer um 'podrão', tomar cerveja num copo sujo. Eu criei meus ideais de felicidade mais nesses lugares do que em outros."
Eu sou uma mulher chique e sofisticada também, mas eu gosto mesmo da bagaceira

Voltando aos rolês
Aos 35, Juliette tem pensado bastante nos rolês mais 'povão', que ela diz ainda dar um jeito de ir, principalmente quando volta à Paraíba, seu estado natal.
É o que move a cantora em todo o conceito do novo trabalho, da sonoridade à escolha dos 'feats' — o disco vem recheado deles, com destaque para a revelação J. Eskine, que bombou no verão com "Resenha do Arrocha".
"Eu voltei a essas festas, lembrei que eu começava me arrumando, escutando músicas de divas. Depois eu começava a beber um negocinho para esquentar. Depois eu chegava na festa, já mapeava quem paquerava e depois eu 'roía' e depois eu chorava e depois eu descia até o chão."
Essa estética é puro suco do Brasil. Era o objetivo sentir o gosto e a energia daquilo, que é o que é há de melhor no Brasil, esse 'kikiki'

Uma escolha nada óbvia
A artista tinha esse mesmo pensamento em 2021, quando saiu do Big Brother com a popularidade estourada e um campo sem fim de possibilidades de carreiras e negócios.
Ali, quando ficou sabendo que as músicas que cantava dentro do programa saíam facilmente do esquecimento para a lista das mais ouvidas, escolheu o caminho mais arriscado — "e que dava menos dinheiro", ela complementa.
"Eu estava ali clamando por reconexão, eu estava toda quebrada. E no meio de tantas oportunidades, promessas de dinheiro, de fama, de poder, eu só queria me reconectar e a música me trazia isso."
Passados quatro anos da carreira escolhida, ela diz já se acostumar com o ritmo dos trabalhos artísticos -- "Sou muito pontual, organizada, muito certinha. São vícios bons da faculdade de Direito. Esse universo é outra regra."
Até os haters e críticas, que a acompanham desde o primeiro single lançado nas plataformas, ela diz já não ligar muito. "Não me machuca mais", diz, ponderando na sequência. "Machuca um pouco. Quando estou vulnerável, atravessa um pouco, mas logo eu me reconecto e foda-se."
É o que a move dentro da máquina de hits que entrou. "Eu tento ser quem eu sou, independente do tempo ou do que o mercado me exige. As pessoas me cobram que eu faça 50 shows no mês, eu não vou fazer isso porque não está em mim", explica.
Eu tirei a maior lição da minha vida no Big Brother. Eu não tinha outra saída a não ser ser eu
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