Crocodilo, botos e rock: Scorpions cancela aposentadoria e volta ao Brasil

Se fosse uma música, a história do Scorpions começaria com um riff simples, mas inesquecível — tipo aquele de "Rock You Like a Hurricane" que já nasce pronto para balançar todo um estádio.
Completando 60 anos de estrada, um dos pioneiros do hard rock volta ao Brasil para shows este mês nos dias 16 em Brasília, 19 em São Paulo no Monsters of Rock e 21, no Rio de Janeiro.
Formado em Hannover, na Alemanha, em 1965, o Scorpions já vendeu mais de 100 milhões de discos (numa época em que se vendiam discos).
A banda é dona de hits que atravessam décadas como se estivessem com o Waze ligado: "Still Loving You", "Wind of Change", "Send Me an Angel"? Quem viveu os anos 1980 e 1990 com um coração minimamente mole teve uma trilha sonora assinada por eles.
Nos anos 2000, com o declínio das grandes gravadoras e do rock de forma geral, foram deixados para morrer. Teve até turnê de despedida em 2010 - quando, ironicamente, a banda notou que a mesma tecnologia que havia "matado a cena", estava oferecendo mais uma chance.
"Hoje não vendemos mais discos como antes, mas, com o streaming, atingimos muito mais gente", comenta Rudolf Schenker, guitarrista e fundador da banda, em entrevista ao TOCA. "Na turnê de despedida, percebemos que havia muitos fãs jovens. Por isso, cancelamos nossa aposentadoria. Não fazia sentido parar."

Revigorados, decidiram não só continuar na estrada como voltaram a gravar discos - o mais recente, "Rock Believer" (2022), é o responsável por trazer o Scorpions ao Brasil novamente. E falar no Brasil com eles é abrir um baú de memórias impagáveis.
Namoro antigo
A relação começou no primeiro Rock in Rio, em 1985. Em meio a surra de hits, o vocalista Klaus Meine tirou um tempo para cantar o refrão da marchinha "Cidade Maravilhosa". "Durante aquela música, era como se a gente estivesse construindo uma ponte entre o Scorpions, da Alemanha Ocidental, e nossos fãs da América Latina. Foi mágico", relembra, eufórico. "Eram 300 mil pessoas cantando com a gente, nunca tinha visto tanta gente junta".
Desde então, essa ponte só se ampliou. Os alemães voltaram incontáveis vezes, tocando com Andreas Kisser (Sepultura), lançando DVD ao vivo por aqui e até se embrenhando na floresta amazônica - literalmente.
Durante uma passagem por Manaus, comeram crocodilo ("tem gosto de frango", garante Rudolf), almoçaram com comunidades locais e nadaram com botos cor-de-rosa. "Foi uma das melhores experiências da minha vida", diz Rudolf. "A natureza lá é inacreditável."

Para a nova turnê pelo Brasil, o Scorpions vem com seu arsenal de hits acompanhado de algumas faixas pinçadas de trabalhos mais recentes.
"Estamos muito animados para voltar a tocar no Brasil. Vai ser especial comemorar os 60 anos de Scorpions junto com os fãs brasileiros", afirma Klaus.
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