'Tudo é eletrônico': San Holo traz ao Lollapalooza a soma guitarra + DJ set

O nome Sander van Dijck é desconhecido por 99% da população mundial, mas, ao ouvir o apelido San Holo, muita gente já se prepara para entrar em uma pista de dança. Mas por que esse holandês de 34 anos tornou-se um dos nomes mais quentes da dance music?
Quem é San Holo
San Holo lançou em 2014 um remix de "The Next Episode", do rapper Dr. Dre. Com beats eletrônicos viajantes sobre o vocal de Snoop Dogg, a versão já abocanhou mais de 270 milhões de visualizações só no YouTube.
Ele é ainda dono de um grande hit da dance music, "We Rise", que está completando 10 anos. Por isso, a faixa foi relançada com nada menos do que 15 remixes!
O sucesso o fez virar figura fácil de grandes eventos em todo o mundo. Entre eles o Electric Daisy Carnival, megafestival que rola em Las Vegas, nos EUA.
San Holo vai desembarcar pela primeira vez no Brasil em março. Ele é uma das grandes atrações do palco Perry's by Fiat, do Lollapalooza Brasil, no dia 29, em São Paulo.

Associado à EDM, sigla de electronic dance music que, na prática, significa dance music feita com tons pop para ser tocada e dançada em grandes espaços, San Holo tenta se afastar da categoria. Ele até criou um subgênero, que batizou de wholesome riddim, para se colocar como um produtor e DJ com personalidade bem definida.
Muito disso está em "Existential Dance Music", seu terceiro e mais recente álbum. O disco rendeu singles como "All the Highs", "Don't Look Down" e "Bring Back the Color".
Veja abaixo trechos da entrevista. Ele fala sobre como deve ser o set no Lollapalooza e explica o subgênero que criou.
O que ele disse
Já sabe como será a apresentação no Lollapalooza?
San Holo - Será um DJ set, mas de um jeito especial. Vou levar a minha guitarra, porque também sou guitarrista, então as pessoas vão ver o som EDM de um jeito diferente.
Você está comemorando 10 anos de carreira como artista. O que mudou tanto em você quanto na cena de eletrônica nesses dez anos?
San Holo - Sempre tentei fazer coisas bem diversificadas, nunca me prender a apenas um gênero. Já fiz canções acústicas, canções pesadas eletrônicas, músicas meio hip hop.
Sobre o que mudou? Tudo mudou. Há dez anos eu estava descobrindo músicas no Soundcloud. Naquela época parecia que todo mundo estava atrás de um som diferente, e hoje parece que todo mundo busca ouvir sons familiares.
Sempre tento permanecer autêntico, gosto de experimentar, de explorar outros gêneros musicais, diferentes perspectivas de música. San Holo
A faixa "We Rise" também está completando 10 anos. O que essa música representa para a sua carreira?
San Holo - Essa música mudou a minha vida. Fiz há dez anos e logo em seguida o Skrillex a ouviu, tuitou elogios e a coisa explodiu, me levou a fazer uma excursão grande pelos EUA.
Tanta gente sente coisas lindas sobre essa música. Até hoje recebo mensagens de pessoas que contam como essa música mexeu com elas, como é importante na vida delas, guardam memórias que têm a ver com essa faixa. Então até por isso decidimos lançar 15 remixes dessa canção.
O que é o wholesome riddim, esse subgênero que você criou? Como você explicaria para alguém que não o conhece?
San Holo - Wholesome Riddim é o meu twist dentro do riddim. O riddim, para quem não conhece, é um tipo de som que pode ser meio dark e pesado, tanto quanto o dubstep. Então tento colocar alguns sons bonitos que a gente normalmente não encontra no riddim. Tento reunir diferentes coisas de diferentes gêneros e fazer algo único, que tenha a ver comigo.
Há alguns anos, fiz um remix de 'The Next Episode', do Dr. Dre. Ali, tinha uma combinação de beat de hip hop com alguns acordes mais coloridos que, no papel, pareciam não ter nada a ver, mas, quando a gente ouve, sente que ficou lindo. É mais ou menos isso o que significa wholesome riddim: introduzir coisas que não pertencem a um gênero e criar algo novo. San Holo

Você toca em grandes festivais, como Lollapalooza, Electric Daisy Carnival. Acha que a dance music virou um gênero tão pop como o rock, o rap?
San Holo - Tudo vai virar música eletrônica. Até mesmo bandas estão gravando eletronicamente, assim, tudo é música eletrônica. Com a tecnologia que temos, dá para fazer um hit no seu laptop sem microfones e outros instrumentos. A tecnologia fez com que toda música fosse eletrônica. Está em todo lugar.
A música eletrônica nos liberta, nos inspira a explorar coisas novas. Não há mais regras, como era com o punk. Podemos fazer o que der na cabeça. Você pode criar algo e já lançar para o mundo, e, se as pessoas se conectarem com aquilo, ótimo. Se não se conectarem, beleza. É uma mentalidade punk, tipo, vamos fazer. San Holo
Não me considero artista de EDM, sou artista que busca a inovação musical, busca inovar a própria EDM. Lancei o disco "Existential Dance Music" porque queria me afastar um pouco do termo electronic dance music, até porque tudo é eletrônico hoje em dia.
Com tanta coisa sendo lançada na música eletrônica hoje em dia, pode recomendar coisas boas que tem ouvido?
San Holo - Ouço tanta coisa... Música clássica, rock, heavy metal. Tem um dos remixes de "We Rise" que lançamos, feito por um cara chamado Midwxst. Ele fez um rap em cima de "We Rise", transformou em uma faixa completamente nova. Então se alguém quiser ouvir algo bem novo e diferente, ouça esse remix.
Lollapalooza Brasil
Quando: de 28 a 30 de março, a partir das 12h
Onde: autódromo de Interlagos, São Paulo
Quanto: a partir de R$ 510
Classificação: 15 anos; menores entre 5 e 14 anos, somente acompanhados dos pais ou responsável legal
Ingressos à venda pelo site da Ticketmaster.
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