Em duas horas e meia, Shakira incendeia Rio no 1º show de sua turnê mundial

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Sete anos após sua última aparição no Brasil, Shakira, 48, escolheu o Rio de Janeiro para abrir sua nova turnê mundial, "Las Mujeres Ya No Lloran World Tour". Em uma noite quente de lua cheia, ela declarou seu amor pelo Brasil e disse que os brasileiros são "os melhores fãs do mundo".
Como foi o show
Em duas horas e meia, Shakira desfilou hits. Ela apresentou canções do último álbum e explorou diferentes estilos musicais da música pop e latina —reggaeton, merengue, salsa, bachata e vallenato— além da dance music.
A colombiana chegou ao país para divulgar o álbum homônimo à turnê, produzido após ser traída pelo jogador espanhol Gerard Piqué. Superação e empoderamento feminino foram temas de suas falas.
"Nos últimos anos, tive alguns desafios, né? Mas, se aprendi algo, é que as quedas não são o fim, mas o começo de um voo mais alto. E nós, mulheres, depois de cada queda, nos levantamos um pouco mais sábias, mais fortes, mais duras, mais 'triple M'. E se queremos chorar, choramos, mas se não queremos chorar, faturamos. Bem-vindos à primeira noite da tour 'As Mulheres Já Não Choram'", disse ela antes de "Don't Bother", que provocou gritos de "Ei, Piqué, vai tomar no c*".

Várias músicas do atual álbum fizeram parte da setlist. "Te Felicito" e "TQG" foram bastante cantadas pelo público presente. "La Fuerte", "Cómo, Dónde y Cuándo", "Última", "Monotonía", "Acróstico" e "Copa Vacía" também fizeram parte do repertório.
Os sucessos mais antigos, sem dúvidas, foram os mais cantados, como "Estoy Aquí", primeiro hit da cantora em solo brasileiro, em 1995. Naquela época, o Brasil foi fundamental para a internacionalização da carreira da colombiana, e ela chegou a fazer dezenas de shows por aqui.
Shakira sabe da importância do Brasil na sua trajetória. "Rio, como está a minha gente? Voltar quase sete anos depois e começar minha turnê mundial no Rio e neste país, que me abriu as portas e me recebeu com tanto amor desde que eu era criança.. não esqueço de vocês jamais. Esse é o verdadeiro encontro de sua lobinha com sua alcateia."
Logo no início da apresentação, antes de cantar a primeira música, um problema técnico atrapalhou brevemente o espetáculo. Mas Shakira logo contornou a situação e pontuou: "Não escuto nada, é o primeiro show".
Após um início bem eletrônico e dançante, Shakira abraçou o rock do começo da carreira com "Inevitable", em um vocal limpo. Em "Acróstico", logo depois, teve a participação dos filhos nos telões, em um momento emocionante.
O show, no geral, foi muito visual e tecnológico. Um telão cobria todo o palco e se abria em diversos momentos, além de efeitos especiais, como o que simulava um oceano transbordando no palco antes de "Copa Vacía".

Shakira inovou também em algumas melodias. "Chantaje", dueto com o também colombiano Maluma, ganhou uma versão que mesclava merengue e salsa. Na performance, ela saiu do palco e seguiu gravando até o camarim, onde trocou de roupa enquanto cantava.
Em "Última", subiu ao palco com um vestido de gala prateado e brilhante, que arrancou elogios espontâneos da plateia. "Olha esse vestido!", gritou um fã.
A balada triste logo deu lugar à dançante "Ojos Así", momento em que Shakira mostrou seu talento na dança do ventre, marca registrada da cantora. Duas falhas no som, que deixaram o palco em silêncio, não tiraram o brilho da performance.
Antes de "Pies Descalzos", Shakira relembrou sua própria carreira com imagens no telão. Imagens daquela menina de Barranquilla que não sabia que cruzaria o Pacífico e as fronteiras da Colômbia. A música foi cantada do início ao fim e voltou a colocar todo o estádio em um só som.
Shakira ainda fez uma surpresa ao cantar "Mama África", de Chico César. "É a música que canto para os meus filhos antes de dormir. Eles não estão aqui no Brasil, e eu sinto muita saudade."
Shakira, no palco, ensina a sentir orgulho de ser latina e mulher, seja nas canções, no carinho pela forma que fala de sua terra ou em discursos empoderados. Imigrante aos 19, também não deixa de se posicionar sobre tema em tempos de caça à imigrantes nos Estados Unidos sob o governo de Donald Trump.
Fui para os EUA aos 19. Eu tentava fazer músicas, ainda não falava bem inglês, mas fazia as músicas rodeadas de dicionários. Foi ali num colchonete no chão onde nasceu minha primeira canção em inglês, uma mistura de batucadas brasileiras e guitarras elétricas. Se poderia dizer que essa era a música de uma imigrante. Shakira
"Whenever, Wherever" e "Waka Waka", já no final da noite, incendiaram a plateia antes do bis. No encore, "She Wolf" trouxe um grande lobo ao centro do palco, enquanto Shakira se jogou na plateia e desfilou em uma passarela que ligava o palco ao meio do estádio.
Shakira encerrou o show com "BZRP Music Sessions #53". A faixa é uma parceria com o DJ e produtor argentino Bizarrap, que rendeu diversos recordes e tem detalhes da traição cometida por Piqué.
Antes de cantar "Antologia", Shakira disse que fez uma votação para saber as músicas que os fãs mais queriam ouvir. A faixa do primeiro álbum da artista foi a mais pedida, inclusive pelas amigas colombianas Mayerlis Muñoz, 26, e Yasmira Díaz, 25.
"Inexplicável", disse a contadora que veio ao Brasil só para o show da Shakira. "Espetacular. Essa é a palavra. Eu gostei de ouvir 'Antologia' e 'Acróstico' por causa dos filhos dela. Sentimos o amor de mãe dela", completou a empresária que saiu de Cartagena há 16 anos para viver no Recife —e viajou ao Rio só para o show.

A turnê segue para São Paulo na quinta-feira (13), antes de passar por países da América Latina, como Argentina, Chile, Colômbia e México. Depois, segue para os Estados Unidos.
Setlist
- 1. La Fuerte
- 2. Girl Like Me
- 3. Las de La Intuición / Estoy Aquí
- 4. Empire (intro) / Inevitable
- 5. Te Felicito / TQG
- 6. Don't Bother
- 7. Acróstico
- 8. Copa Vacía / La Bicicleta / La Tortura
- 9. Hips Don't Lie
- 10. Chantaje
- 11. Monotonía
- 12. Addicted To You / Loca
- 13. Soltera
- 14. Cómo, Dónde y Cuándo
- 15. Última
- 16. Ojos Así
- 17. Pies Descalzos
- 18. Mama Africa
- 19. Antología
- 20. Poem to a Horse
- 21. Objection (Tango) - Afro-punk Version
- 22. Whenever, Wherever
- 23. Waka Waka
- 24. She Wolf
- 25. BZRP Music Sessions #53
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Antes do show, Shakira postou um texto em seu perfil no Instagram (leia abaixo a tradução):
Neste momento, escrevo estas linhas do meu camarim. O reflexo no espelho me devolve a imagem de uma mulher que deixou até o último suspiro em cada ensaio, em cada acorde, em cada passo.
Doze meses. 14 horas por dia. Um ano inteiro preparando cada detalhe pensando no objetivo: dar a eles o melhor show da minha vida.
Eu sei que perfeição não existe, mas eu sei que nesta noite eu me entregarei a vocês como eu sou, com a voz afiada pela experiência e a pele marcada por cada batalha vencida e perdida.
Hoje à noite, não será só para me ver cantar. Será para uivar, sentir, gritar o que ainda não nos encorajamos a dizer.
Dance, ria, chore, abrace, se perca e se encontre em cada canção.
Porque o que construímos juntos não é só música. É um pacto. É uma linguagem, a linguagem da nossa matilha.
E, se alguma coisa é verdade, uma loba nunca esquece a sua alcateia e depois desta noite cada um de vocês estará comigo para sempre.
Mal posso esperar para vê-los agora!
Estoy aquí. Shak
Las Mujeres Ya No Lloran World Tour
- 13 de fevereiro | São Paulo, MorumBIS
- 16 de fevereiro | Lima, Estádio Nacional
- 21 de fevereiro | Barranquilla, Estádio Metropolitano
- 23 de fevereiro | Medellín, Estádio Girardot
- 26 de fevereiro | Bogotá, Estádio El Campín
- 2 de março | Santiago, Estádio Nacional
- 7 de março | Buenos Aires, Campo de Polo Argentino
- 12 de março | Monterrey, Estádio BBVA
- 16 de março | Guadalajara, Akron Stadium
- 19 de março | Cidade do México, Estádio GNP Seguros
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