'Quebrei violão no meu pai': Lobão relembra infância entre automobilistas

Lobão, 67, um dos nomes mais ativos e influentes da música brasileira, completou 50 anos de carreira. Em entrevista ao programa No Tom, Zé Luiz e Bebé Salvego mostram por que ele é considerado um ícone do rock brasileiro, sempre polêmico e inquieto, desafiando a indústria musical e inovando ao longo dos anos. Numa conversa animada, ele contou, entre outras coisas, como foi ter crescido entre automobilistas.

O cantor e compositor lembrou de quando quebrou um violão na cabeça do seu pai e falou da origem da família. "Eu quebrei um violão em meu pai, na cabeça assim do meu pai e eu saí de casa. Mas isso foi bem depois. Eu já era veterano. Na verdade, a minha família é uma família de automobilistas."

Meu avô construiu o primeiro ferro de Fórmula 1. O Brasil ganhou um prêmio de 1936 da Auto Union que era nazista. Meu pai fez um carro que agora tá numa exposição de automóveis lá no Rio. Minha mãe ganhou o campeonato brasileiro de kart disfarçada de meu pai porque meu pai teve um excesso de asma, então todos eles eram do automobilismo e eu nunca me adaptei. Lobão

Lobão contou que o primeiro contato com a música foi no sítio do seu avô holandês. "Ele fez um boliche no sítio e o meu primo, com os amigos dele, foram montando uma bateria. Eu fiquei todo animado e comecei a tocar uma marchinha de Carnaval. Com 6 anos eu ganhei a primeira bateria."

O músico disse ainda que sabia tocar outros instrumentos, como violão e guitarra, até que surgiu o primeiro convite profissional. "Secos e Molhados me chamou pra tocar com 14 anos no primeiro disco deles e minha mãe ficava: 'maconheiro, maconheiro'. Eu fui nas coxas totalmente."

'Jabá das plataformas é muito mais casca-grossa'

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O cantor explicou por que as plataformas de streaming não ajudam no crescimento do artista. "No streaming não é melhor por vários motivos. Por exemplo, na época da gravadora a coisa mais legal que tinha é que eles cuidavam da carreira do artista. Por isso que no nosso consciente, o Roberto Carlos existe, o Tim Maia existe, eu existo."

Hoje em dia tem artistas que às vezes vendem 500 mil vezes mais do que a gente, mas aí morre de avião, tem milhões de seguidores e ninguém sabe quem é. Lobão

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O compositor falou como funciona as plataformas para os artistas. "O jabá existe em tudo que é lugar. Agora o jabá nas plataformas é muito mais casca-grossa e o retorno [...] Se você tocar um milhão de vezes, você só ganha R$ 0,4 centavos."

'É um Frankenstein de muito mau gosto'

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O compositor detonou o perfil dos cantores sertanejos do Brasil. "Você não precisa fazer uma coisa cafajeste, vagabunda, como o sexismo grotesco, onde a coisa assim realmente é uma coisa muito de mau gosto. E ficou uma caricatura, o cara bota uma tatuagem, bota um topete, tipo ''sou do rock'."

Um som horroroso. É um Frankenstein de muito mau gosto. Lobão

Lobão acredita ter um interesse político por trás do sucesso do sertanejo no país. "E isso fatalmente tem algum interesse econômico e político por trás disso. Não é possível isso se sustentar por tanto tempo. É uma aberração, uma deformidade estética, uma deformidade comportamental."

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No Tom

No novo programa de Toca, Zé Luiz e Bebé Salvego entrevistam artistas de diferentes vertentes num papo cheio de revelações, lembranças e muito amor pela música. Assista ao programa completo com Lobão:

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