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Telescópio usado em primeiro pouso lunar descobre novas galáxias

Via Láctea parece se alinhar com o telescópio do Observatório Parkes, na Austrália - Receiving the Galactic Beam/Wayne England
Via Láctea parece se alinhar com o telescópio do Observatório Parkes, na Austrália Imagem: Receiving the Galactic Beam/Wayne England

Pauline Askin

24/02/2016 11h06

Um telescópio australiano usado para transmitir imagens ao vivo dos primeiros passos do homem na lua em 1969 descobriu centenas de novas galáxias escondidas atrás da Via Láctea, empregando um receptor inovador que mede ondas de rádio.

Os cientistas do Telescópio Parkes, localizado 355 quilômetros a oeste de Sydney, disseram ter detectado 883 galáxias, um terço das quais jamais vistas antes. As descobertas foram relatadas na edição mais recente do periódico Astronomical Journal, com o título "A Pesquisa da Zona de Evasão Parkes HI".

"Centenas de novas galáxias foram descobertas, usando o mesmo telescópio que foi utilizado para transmitir imagens de TV da Apollo 11", disse Lister Staveley-Smith, professor do Centro Internacional de Pesquisas de Radioastronomia da Universidade do Oeste da Austrália.

"A tecnologia eletrônica do final do processo é substancialmente diferente, e é por isso que ainda podemos continuar a usar estes antigos telescópios", disse.

As descobertas ocorreram quando os cientistas investigavam as proximidades imediatas da região do Grande Atrator, uma anomalia gravitacional no espaço intergaláctico.

O Grande Atrator parece estar atraindo a Via Láctea para si com uma força gravitacional equivalente a mais de dois milhões de quilômetros por hora.

Usar ondas de rádio permitiu aos cientistas perscrutarem a Via Láctea para além da poeira e das estrelas, que antes bloqueavam a vista dos telescópios, mostrou o estudo.

Staveley-Smith, principal autor do estudo, disse que os cientistas vêm tentando desvendar o misterioso Grande Atrator desde as primeiras descobertas de grandes distorções na expansão universal nos anos 1970 e 1980.

"É uma parte que falta no quebra-cabeças, que é a estrutura de nosso universo local", explicou Michael Burton, professor da Escola de Física da Universidade de Nova Gales do Sul. "Eles conseguiram penetrá-lo e completar o quadro que mostra o aspecto de nossa parte do universo".