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Robô Curiosity parte para explorar montanha de Marte, anuncia Nasa

Irene Klotz

Do Cabo Canaveral

06/06/2013 11h18

O robô Curiosity está a caminho do monte Sharp, o alvo principal dessa missão de dois anos,  cujo objetivo é procurar indícios de que poderia ter existido vida em Marte, disseram especialistas da Nasa (Agência Espacial Norte-Americana).

O jipê-robô aterrissou há dez meses numa área de cratera gigante perto da linha do equador do planeta vermelho, um local escolhido por causa de rochas em camadas, de 5 quilômetros de altura.

Em vez de ir diretamente para o monte Sharp, os cientistas queriam explorar uma área na direção oposta, onde imagens tiradas da órbita mostraram três tipos diferentes de rochas se unindo.

O Curiosity perfurou uma amostra de rocha e imediatamente coletou poeira. As análises mostraram que a rocha tinha seis elementos necessários para a vida microbiana - hidrogênio, carbono, oxigênio, nitrogênio, enxofre e fósforo - além de água (que não tinha sido muito ácida nem muito salgada).

Após um intervalo de um mês causado por um bloqueio de comunicações pelo Sol, o jipê-robô dirigiu em maio cerca de 2,7 metros e perfurou outra pedra de argila. A análise da amostra ainda não foi concluída, disse o cientista Joy Crisp, do Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa, em Pasadena, na Califórnia (EUA), em uma teleconferência nesta quarta-feira (5).

Meses de viagem

Na última segunda-feira (3), os cientistas enviaram comandos para o robô se movimentar e começar a dirigir rumo à base do monte Sharp, localizada cerca de oito quilômetros a sudoeste de sua posição atual.

Vai ser uma viagem lenta e tortuosa que deve demorar meses, segundo a Nasa. Estão programadas pelo menos três paradas para os estudos científicos, incluindo medições para determinar o quanto mais seca a região fica à medida que o Curiosity se afasta da baía Yellowknife, área de baixa altitude onde fez suas primeiras investigações.

"Vamos manter nossos olhos abertos enquanto dirigimos e se, de fato, passar por algo que seja incrível, nós realmente podemos retornar e averiguar. Mas não há nada que estejamos vendo, da órbita, que seja algo como uma evidência superconvincente de que haja vida ou algo parecido com isso", disse Crisp. "O que temos é um desejo real de chegar ao monte Sharp."