Brasil manda para China satélite que ajudará no monitoramento da Amazônia
Resumo da notícia
- Satélite feito em parceria entre China e Brasil deixou o país nesta terça
- O aparelho deve ser enviado para o espaço, a partir da Ásia, ainda em 2019
- O novo satélite deverá enviar imagens para monitorar, entre outras coisas, o desmatamento
- O CBERS-4 é o sexto satélite feito na parceria entre os dois países
O Brasil mandou o satélite CBERS-4A para a China nesta terça-feira (28). O aparelho sino-brasileiro, produto de uma parceria de 30 anos entre os dois países, deverá ser enviado para o espaço ainda neste ano e terá entre suas missões o monitoramento do desmatamento e das queimadas na Amazônia.
O satélite estava no Inpe (Instituto Nacional de Pesquisa Espaciais), em São José dos Campos (SP), para fazer a última bateria de testes em solo brasileiro. Ele foi levado para Pequim em um Boeing 747.
O objeto de 1.980 kg é o sexto fruto da parceria entre pesquisadores chineses e brasileiros CBERS (sigla em inglês para Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres).
O CBERS-4A substituíra o atual satélite (CBERS-4) com avanços na câmera do satélite, capacidade para gerar 900 megabits de dados por segundo --o satélite atual tem um terço da capacidade, gera 300 megabits de dados por segundo. A vida útil estimada do novo satélite é de cinco anos.
O principal objetivo da missão é ajudar o país a monitorar o desmatamento e queimadas, a agricultura, o crescimento das cidades, além de gerenciar rios, mares e desastres naturais por meio das fotos tiradas pelo equipamento, que ficará em órbita a uma distância de 628,6 km da Terra.
18 meses de testes
Antes de ser enviado para a China, o satélite passou por vários testes no Brasil nos últimos 18 meses. Segundo o Inpe, neste período, houve a montagem, verificação da estrutura, do painel solar, de sistemas e de câmeras.
Na China, o satélite ainda deve passar por novos testes antes de seu lançamento, previsto para o final do ano no Centro de Lançamento de Satélites de Tayuan, na província de Shanxi, a 700 km a sudoeste de Pequim.
O procedimento não pode ser feito da Base de Alcântara, no Maranhão, porque o local não tem a estrutura necessária.
30 anos de parceria
Quase vinte anos atrás, em outubro de 1999, foi lançado o CBERS, o primeiro dos seis satélites construídos até hoje pela parceria entre Brasil e China. Os outros partiram pro espaço em 2003, 2007, 2013 e 2014.
As tratativas, no entanto, começaram bem antes, em 1988, ano do primeiro acordo de cooperação entre dois países do hemisfério sul no setor de alta tecnologia. Com isso, o Brasil entrou para um seleto grupo de países detentores de tecnologia para sensoriamento remoto com a geração de dados primários.
Os bons resultados iniciais à época do CBERS-1 e CBERS-2 fizeram o programa ser ampliado, em 2002 os dois países resolveram expandir o acordo e incluir o 2-B, 3 e 4 na segunda etapa da parceria, e, por último, a fabricação do CBERS-4A.
Desde 2010, no entanto, cortes de verbas, de pessoal e erros estratégicos fizeram com que o Brasil atrasasse a fabricação de satélites e foguetes, segundo especialistas.
Investimento
Até agora, o investimento total de Brasil e China no programa CBERS é de aproximadamente US$ 300 milhões.
Desde o satélite CBERS-3, os dois países China dividem em 50% para cada lado a responsabilidade de fornecer subsistemas e equipamentos. Gravador Digital de Dados, Suprimento de Energia e Estrutura e outros cinco itens ficam a cargo do Brasil. A China deve garantir Controle Térmico, Sistema Transmissor de Dados e Monitor de Ambiente Espacial e outros dispositivos.
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