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Sorriam! Veículos chineses são flagrados na Lua por sonda da Nasa

Visão aérea do local de pouso da Chang"e 4; sonda está um pouco além da ponta da seta grande, e o veículo na ponta da seta pequena. A imagem abrange 850 metros de diâmetro - NASA/GSFC/Arizona State University
Visão aérea do local de pouso da Chang'e 4; sonda está um pouco além da ponta da seta grande, e o veículo na ponta da seta pequena. A imagem abrange 850 metros de diâmetro Imagem: NASA/GSFC/Arizona State University

Márcio Padrão

Do UOL, em São Paulo

16/02/2019 16h51

Enquanto na Terra EUA e China estão se estapeando por dinheiro, no espaço a coisa é mais tranquila. A sonda chinesa Chang'e 4 e o veículo robótico Yutu-2 foram observados na superfície da Lua por uma sonda da Nasa (Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço). A imagem foi obtida no dia 1º de fevereiro, mas só foi divulgada pela agência americana nesta sexta (15).

Quem tirou a foto do "flagra" foi a sonda LRO (Orbitador de Reconhecimento Lunar, na sigla em inglês), a uma altitude de 82 quilômetros acima do local onde a expedição chinesa aterrissou, no começo de janeiro, com a missão de explorar o lado oculto da Lua.

Na época, o Yutu-2 estava a 29 metros a noroeste da Chang'e 4, mas o veículo provavelmente se moveu desde que a imagem foi obtida. A escala da imagem é de 0,85 metros por pixel, o que dá um diâmetro aproximado de 850 metros para toda a imagem.

"Essa visão está próxima do menor tamanho possível em pixels na órbita atual da LRO", disse a nota da Nasa, meio que desculpando-se por sua baixa qualidade. "No futuro, no entanto, a câmera da LRO continuará a criar imagens no local à medida que a iluminação muda e o robô se move".

Chang'e 4, a segundo sonda lunar chinesa, está perto de uma pequena região de basalto misturado com ejectas (partículas vulcânicas) da cratera Finsen, com 73 quilômetros de diâmetro. Os cientistas há muito querem saber a composição deste basalto lunar.

De acordo com a Administração Nacional do Espaço da China, o equipamento da Chang'e 4 inclui o VNIS (sigla para espectrômetro infravermelho próximo visível), que faz medições que podem ser usadas para resolver essa questão. Esta nova informação fornecerá mais detalhes sobre o solo lunar.

De acordo com o site "Quartz", EUA e China discutiram o uso das câmeras do orbitador LRO para avaliar o local de pouso antecipadamente, contornando a proibição oficial dos Estados Unidos à cooperação direta entre suas agências espaciais. Mas o administrador da Nasa, Jim Bridenstine, disse ao "Quartz" que os EUA e a China estão compartilhando dados científicos coletados por suas respectivas expedições lunares para promover a causa da ciência. Não é incrível?