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Estímulos elétricos na medula ajudam pacientes a andar de novo, diz estudo

Três pacientes tratados com um o método EES (Estimulação Elétrica Epidural, em tradução livre) ? onde são aplicados estímulos à medula espinhal dos pacientes ? conseguiram andar de novo por conta dos estímulos - Shutterstock
Três pacientes tratados com um o método EES (Estimulação Elétrica Epidural, em tradução livre) ? onde são aplicados estímulos à medula espinhal dos pacientes ? conseguiram andar de novo por conta dos estímulos Imagem: Shutterstock

Do UOL, em São Paulo

31/10/2018 15h01

Um artigo publicado na revista Nature desta semana mostrou novas perspectivas em relação às lesões na medula óssea. Três pacientes tratados com um o método EES (Estimulação Elétrica Epidural, em tradução livre) – no qual são aplicados estímulos à medula espinhal dos pacientes – conseguiram andar de novo por conta dos estímulos.

O pesquisador suíço Grégoire Courtine administrou o tratamento do EES em três pacientes com lesões medulares crônicas e paralisia parcial ou completa dos membros inferiores. Para identificar os padrões de estímulos dos grupos musculares os pesquisadores utilizaram mapas de ativação dos neurônios motores e outros modelos simulados.

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As lesões na medula espinhal interrompem a passagem de sinais do nosso sistema nervoso, por isso muitos pacientes perdem os movimentos. Até então, os tratamentos por meio dos EES não eram tão comuns por conta de fatores pouco conhecidos. Os estímulos são utilizados na restauração da locomoção de animais, mas são menos efetivos em humanos por razões desconhecidas.

O tratamento por meio do EES neste caso funcionou da seguinte forma: os estímulos são aplicados por meio de um gerador de pulsos controlado em tempo real por comunicação sem fio; os pesquisadores então programavam os estímulos para serem exatamente condizentes com os movimentos pretendidos pelos pacientes. Dessa forma os estímulos do gerador eram coordenados com a movimentação dos pacientes.

O médico Chet Moritz, doutor pela Universidade de Washington e especialista em neurociência, elogiou a equipe de Courtine. “"Estes artigos do grupo de Courtine demonstram claramente o futuro brilhante para o tratamento da lesão medular", declarou Moritz à Nature.

Os primeiros resultados surgiram poucos dias após o início do tratamento. Os três pacientes evoluíram de pisar na esteira para andar apoiado no chão, tudo isso enquanto recebiam os estímulos do EES. Eles ainda conseguiram ajustar a elevação do passo e o comprimento da passada que estavam dando. Em alguns momentos os pacientes puderam andar até uma hora na esteira com a ajuda do EES.

Após a reabilitação do tratamento vieram os resultados mais consistentes. Os três pacientes puderam andar de forma independente, com o apoio ou ajuda de um andador, com o EES e recuperaram os movimentos voluntários das pernas sem a necessidade dos estímulos.