Para Museu Nacional, ainda não há provas de que crânio achado seja de Luzia
Ainda é cedo para dizer que os fragmentos encontrados nesta terça-feira (4) sejam de Luzia - o crânio de 11 mil anos armazenado no Museu Nacional, atingido por um incêndio no último domingo, segundo avaliação da vice-diretora do Museu Nacional, Cristiana Serejo, que disse também que os trabalhos de identificação do material recolhido precisam ser feitos com cuidado.
São fragmentos encontrados próximos a sala em que a Luzia ficava. Não há uma evidência direta direta disso, já que existiam outros fósseis no local. Mas estamos investigando e torcendo [para que não seja].
Explica-se a preocupação: dentre os mais de 20 milhões de itens do acervo que compõem o Museu Nacional, Luzia é talvez o mais emblemático. É o ser humano mais antigo encontrado em solo nacional -- em outras palavras, a primeira brasileira, que pode ter se perdido na tragédia que assola o museu mais antigo do país
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Apesar de, em teoria, serem resistentes ao fogo, os fósseis podem se quebrar se atingidos, por exemplo, por pedaços de madeira que tenham se rompido durante o incêndio.
O que já se sabe que foi preservado
De acordo com Serejo, as coleções de vertebrados, invertebrados e insetos foram preservadas do incêndio, assim como o herbário do museu, alguns meteoritos e a Biblioteca Central inteira -- que já havia sido realocada em um anexo.
Os itens resgatados foram levados para um anexo no horto da Quinta da Boa Vista. As aulas de pós- graduação que funcionavam no museu também serão serão realocadas nesse espaço.
A vice-diretora do museu também disse que tem recebido solidariedade de museólogos do mundo inteiro.
"Recebi ofertas de doações de peças raras do mundo todo. É um momento de união. As ofertas foram desde fósseis de baleias até coleções inteiras variadas. Mas, no que diz respeito a nossa etnografia indígena, por exemplo, sabemos que perdemos para sempre. Já que alguns itens só podiam ser encontrados aqui", concluiu.
Dificuldades de trabalhar no museu
O calor no interior do prédio e os riscos ainda existentes em algumas áreas do museu fazem com que o trabalho aconteça lentamente, de acordo com a vice-diretora.
"Algumas áreas ainda têm um calor excessivo e a Defesa Civil orientou cuidado em outras, em função das lajes e paredes que estão pendentes. Até agora, apenas pesquisadores autorizados puderam acompanhar os bombeiros em algumas galerias", disse ela, que negou que todo o interior do prédio esteja interditado.
"O trabalho de retirada dos entulhos será acompanhado por uma equipe de arqueólogos, a fim de preservar alguns itens do acervo que podem estar soterrados inteiros. Não podemos trabalhar com escavadeiras, por exemplo. É algo meticuloso", afirmou.
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