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Por que vaga-lumes e besouros emitem luz com cores diferentes?

Vagalumes e besouros possuem enzimas que lhes dão capacidade de emitir luz - Rebecca Blackwell/AP
Vagalumes e besouros possuem enzimas que lhes dão capacidade de emitir luz Imagem: Rebecca Blackwell/AP

Do UOL, em São Paulo

05/09/2016 11h33

Você sabe por que os vaga-lumes brilham no escuro e por que as cores de suas luzes são diferentes das de outros insetos? Cientistas da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos) em conjunto com cientistas japoneses encontraram as respostas.

Os vaga-lumes e algumas espécies de besouros possuem enzimas, chamadas luciferases, que conferem a eles a capacidade de emitir luz fria e visível.

Essas enzimas permitem aos vaga-lumes emitir luz verde-amarela ou vermelha, de acordo com o pH, a temperatura ou a presença de materiais pesados presentes no ambiente em que estão. Elas também são responsáveis por besouros emitirem luz com uma ampla gama de tons, independentemente do pH do ambiente.

As descobertas feitas por pesquisadores do grupo de bioluminescência e biofotônica da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), campus de Sorocaba (SP), em colaboração com um colega da University of Electro-Communications, do Japão, foram descritas em um artigo publicado na revista Biochemistry, da American Chemical Society (ACS).

De acordo com Vadim Viviani, professor da UFSCar e primeiro autor do artigo, eles desvendaram os mecanismos moleculares das enzimas luciferases nos insetos bioluminescentes: são catálises da reação de oxidação da proteína luciferina – uma molécula fluorescente que, ao ser oxidada, age como emissor de luz.

A cor da luz produzida pode variar do verde ao vermelho de acordo com o micro-ambiente onde ocorre a reação de oxidação, explicou Viviani.

"Isso abre a possibilidade de poder controlar melhor esses mecanismos para criar luciferases por engenharia genética que apresentem propriedades desejadas para diferentes aplicações biotecnológicas, como com uma determinada tonalidade de cor ou intensidade de luz", afirmou o pesquisador.

Hoje, as enzimas luciferases já são utilizadas para diferentes fins: como marcadores celulares em bio sensores de poluição, para prospecção de drogas anticancerígenas e antibióticos, entre outros usos. (Com Agência Fapesp)