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Cobra decapitada ainda é capaz de picar sua presa; entenda

Skynavin/Shutterstock.com
Imagem: Skynavin/Shutterstock.com

Do UOL, em São Paulo

03/09/2014 06h00

Cobras venenosas são assustadoras quando estão vivas, mas também há motivos para temer essas criaturas depois que foram mortas ou tiveram a cabeça cortada fora.

"Só porque os animais foram decapitados, isso não significa que os nervos deixaram de funcionar", disse Steven Beaupré, professor de biologia da Universidade de Arkansas, nos EUA. Muitos animais ectotérmicos, ou seja, de sangue frio, compartilham esta característica, disse ele ao Live Science.

"Cobras em geral são bem conhecidas por reter reflexos após a morte", disse Beaupré. "Os corpos de serpentes continuam se movimentando no chão mesmo depois de terem sofrido uma decapitação", acrescentou.

Esses movimentos pós-morte são alimentados pelos íons, ou partículas eletricamente carregadas, que permanecem nas células nervosas de uma cobra depois que ela morre. Quando o nervo de uma cobra morta recentemente é estimulado, os canais se abrem, permitindo que os íons passem. Isto cria um impulso elétrico que permite ao músculo realizar uma ação de reflexo, como uma picada.

Para cobras venenosas, morder é um dos reflexos que podem ser ativados no cérebro até mesmo horas após o animal morrer.

"O reflexo de mordida é mais forte em cobras venenosas do que em alguns outros carnívoros, porque essas cobras usam sua mordida de outra forma. Ao contrário de um tigre, por exemplo, que mata a presa afundando seus dentes na carne do animal e se firmando, cobras mordem de forma extremamente rápida e, em seguida, afastam-se de suas presas para evitarem ser pisoteadas".

O ataque pode ocorrer em menos de um segundo. Na verdade, cascavéis são conhecidas por envenenar a presa em menos de dois décimos de segundo.