Você comeria carne feita de células-tronco? Chefes provaram
O bife não vem da coxa, da costela nem de parte alguma do boi, mas... de um frasco de laboratório. Cientistas da Universidade Wageningen, na Holanda, convidaram críticos e chefs de cozinha para um churrasco de “schmeat”, a carne (meat) que cresce em lâminas de vidro (sheet). Feita a partir de células-tronco bovinas, a carne “não é horrível”, segundo o júri, mas ainda precisa melhorar em vários aspectos para ser comercialmente viável.
O primeiro aspecto que exige melhora é o preço: cada hambúrguer servido no churrasco, feito em Londres, custou mais de 350 dólares. Também faltou sabor à carne de laboratório – a textura estava boa, disseram os críticos, mas a carne não estava “suculenta”. As células-tronco, por enquanto, foram manipuladas para gerar apenas um tipo específico de tecido, então os cientistas precisarão encontrar aditivos que compensem a falta da gordura natural do boi. Apenas sal e pimenta não será suficiente, já avisaram os chefes.
Outro ponto a ser discutido é o emprego de antibióticos na produção de “schmeat”. Eles são necessários para evitar a contaminação por bactérias, função suprida pelo sistema imunológico do animal na carne normal. O problema é que a Organização Mundial de Saúde (OMS) já alerta, há tempos, sobre um aumento generalizado da resistência a antibióticos, devido à frequência com que eles são usados.
Se a carne de laboratório não convenceu os especialistas da mesa, ela parece uma boa ideia para ambientalistas e ativistas dos direitos dos animais. Em comparação com os rebanhos de hoje, a produção da “schmeat” reduziria o consumo de energia em 45% e ainda evitaria quase completamente a emissão de gases de efeito estufa, além de economizar espaço e liberar a terra para outras culturas alimentares.
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