Topo

Manere, Felícia! Muito carinho pode ser prejudicial para o seu gato

Getty Images
Imagem: Getty Images

Gabriel Dias

Colaboração para Nossa

30/12/2022 10h49

Donos de gatos adoram acariciar seus bichanos com frequência, mas nada de beijos, abraços e carinhos excessivos. Pesquisas comprovam que os donos de felinos podem acabar estressando ainda mais os animais na tentativa de acalmá-los. Gatos gostam mesmo é de ter o seu próprio espaço e manter a distância de seus donos.

Um estudo divulgado no periódico Physiology & Behavior, detectou que felinos tendem a liberar hormônios relacionados à ansiedade quando aceitam carinho, mas não gostam dele. Já aqueles que gostam de carinho não apresentaram maiores níveis de estresse pelo contato humano. Uma pequena porcentagem dos gatos não gosta de carinho e os pesquisadores entenderam que estes não recebem toques humanos.

Manter os gatos presos ou acariciá-los por muito tempo pode ser muito estressante para os animais. Geralmente eles precisam mesmo é de espaço e paz.

Estudo

O estudo foi realizado por pesquisadores da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo (USP), em parceria da Universidade Lincoln, no Reino Unido, e a Universidade de Viena, na Áustria.

O levantamento foi feito com 120 gatos em 60 lares diferentes. O objetivo era avaliar em quais situações os gatos podem ser mais estressados ou não: aqueles que vivem sozinhos ou em pequenos grupos compostos por dois ou três gatos na mesma residência.

Os donos responderam a questionários relatando o humor dos peludos ("mandão", "tímido" ou "de fácil trato") e a resposta a carinhos ("detesta", "tolera" e "gosta"). Também coletaram fezes dos animais, que, em análise, podem revelar traços de hormônios ligados ao estresse.

Os pesquisadores detectaram que o estilo de vida não tem relevância em relação ao estresse: mesmo gatos que dividiam o mesmo ambiente com outros animais. No entanto, alguns gatos que eram acariciados por humanos mais vezes ao longo do dia tiveram níveis mais elevados dos hormônios do estresse liberados em suas fezes.

Convívio com outros gatos

A pesquisa revelou que a convivência felina se revelou desestressante para os animais —contrariando a crença de que gatos não gostam de dividir o espaço— desde que cada gato tenha seu espaço na casa.

Os resultados reforçam a importância de que o dono garanta a todos os bichos total controle sobre sua área no ambiente. Quem tem mais de um gato em casa, deve procurar dar a opção de dividir ou não o espaço, com áreas próprias para beber água, comer e fazer as necessidades.

Como parar o estresse nos gatos

A maioria dos gatos não gosta de ser manuseado quando está estressado e este é certamente o erro mais comum que os tutores cometem. O melhor é apenas ficar por perto, ter calma e paciência, especialmente se o animal estiver exposto a algo novo. Certifique-se de que ele tenha um local aconchegante ou alto onde possa se esconder em momentos de estresse.

Além disso, você também pode deixar alguns brinquedos para gatos à disposição: com o cheirinho do próprio arranhador, gatos tendem a ficar mais calmos, por exemplo.

Caso o gato apresente sinais de estresse com frequência, o ideal é procurar um profissional. Os comportamentalistas e adestradores conseguem observar e detectar comportamentos anormais nos pets. Além disso, podem fornecer ótimas sugestões sobre atividades para deixar seu filho de quatro patas mais calmo.