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Nasa lança com sucesso foguete que leva sonda a Marte

Do UOL

Em São Paulo

18/11/2013 16h57

A Nasa lançou nesta segunda-feira (18) a nave não tripulada Maven a Marte para averiguar por que o planeta vermelho perdeu boa parte de sua atmosfera, com a qual teria sido apto para a vida há bilhões de anos.

A sonda Maven ("Mars Atmosphere and Volatile Evolution") será posta na órbita de Marte para analisar as camadas de sua atmosfera superior e as interações com o sol e o vento solar que podem ter influenciado a perda de gases, destacou a agência espacial americana.

A nave, com 2,45 toneladas de peso, é transportada por um foguete Atlas 5, da empresa United Launch Alliance.A separação entre a sonda e o segundo estágio do foguete Atlas deve acontecer 52 minutos após o lançamento e 15 minutos depois, Maven deverá desdobrar seus painéis solares.

A sonda levará 10 meses para chegar ao seu destino para uma missão de pelo menos um ano. Portanto, a previsão é que chegue em 22 de setembro de 2014 em Marte.

Isto seria dois dias antes da chegada da sonda espacial que a Índia enviou a Marte, a Mars Orbiter, lançada em 5 de novembro passado. A missão científica de Maven começaria em novembro de 2014.

No entanto, os objetivos científicos das duas sondas não se sobrepõem, afirmou David Mitchell, chefe de projeto da Maven. A sonda indiana irá em busca de metano, que poderia provar a existência de algum tipo de vida no passado do planeta, enquanto a americana busca respostas sobre as mudanças climáticas que o planeta vermelho sofreu.

671 milhões de dólares

A missão da sonda Maven, de 671 milhões de dólares, é a primeira da Nasa destinada a explorar a atmosfera superior de Marte, ao invés de estudar sua superfície seca, destacou a agência espacial americana.

"Quando a água líquida fluía em abundância em Marte - como demonstram muitos indícios -, o planeta devia ter uma atmosfera mais densa, que produzia gases de efeito estufa, permitindo que o planeta fosse mais quente", disse neste domingo, durante uma coletiva de imprensa, Bruce Jakosky, da Universidade do Colorado (oeste), chefe científico da missão.

"Queremos compreender o que aconteceu, aonde foi a água e o CO2 que antes formavam uma atmosfera densa", acrescentou.

Com Maven, "teremos uma compreensão da história de Marte e seu potencial para a vida, sua habitabilidade, que depende principalmente da história da água e de seu clima".
Mediante análise da dinâmica atual da atmosfera superior de Marte é possível entender as mudanças no tempo do planeta e os efeitos resultantes, segundo o cientista.

Para esta missão, a sonda Maven conta com oito instrumentos com um total de nove sensores, inclusive um espectrômetro de massas para a determinação das estruturas moleculares dos gases atmosféricos e um sensor SWEA (Solar Wind Electron Analyzer), desenvolvido pelo Instituto de Pesquisas de Astrofísica e Planetologia (IRAP) de Toulouse (França), que analisará o vento solar na magnetosfera de Marte.

Depois de sua inserção orbital e cinco semanas de calibragem dos instrumentos, a sonda entrará em uma órbita elíptica de quatro horas e meia, o que lhe permitirá fazer observações em todas as latitudes de todas as camadas da atmosfera superior do planeta, com altitude variável de 150 km a mais de 6.000 km.

Maven é a segunda missão do programa americano Scout, que consiste em pequenas missões menos onerosas, dedicadas a explorar Marte antes de uma missão tripulada prevista para 2030, segundo planos da Nasa.

(Com AFP)