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Pesquisa em ratos identifica neurônios que levam a comer compulsivamente

Do UOL, em São Paulo

26/09/2013 15h01

Uma descoberta realizada por pesquisadores da Universidade da Carolina do Norte, nos Estados Unidos, e do Centro Médico de Utrecht, na Holanda, pode reforçar as armas da ciência no tratamento de distúrbios alimentares e obesidade. O estudo é destaque da revista Science nesta quinta-feira (26).

Cientistas conseguiram, a partir da observação do cérebro de camundongos, identificar um circuito cerebral que leva os animais a continuarem a comer mesmo quando já estavam alimentados -- e também a recusar comida mesmo quando famintos.

Esse circuito é composto por neurônios que atuam sobre o hipotálamo lateral, região do cérebro responsável por controlar impulsos como o ato de comer.

O time de pesquisadores estudou a atividade desses neurônios, localizados na área do cérebro chamada núcleo leito da estria terminal (NLET). Ao serem ativados durante o processo de alimentação, eles inibiram a atuação do hipotálamo lateral. 

Para manipular os neurônios da NLET, os cientistas usaram a técnica da optogenética, ativando-os um a um. Dessa forma, os pesquisadores suprimiram a atividade dos neurônios sobre hipotálamo lateral, fazendo os roedores continuarem comendo mesmo após já terem ingerido quantidade suficiente de alimento.

Com essa supressão de atividade provocada artificialmente, os camundongos acabaram por procurar se alimentar além da conta, e pior, escolhendo alimentos de alto nível calórico.

Segundo o estudo, a descoberta deve explicar como o rompimento desse mecanismo de sinalização de satisfação ao cérebro pode desencadear comportamentos alimentares inadequados.