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Nasa pode cancelar missão de caça a asteroides por falta de 'candidatos'

17/07/2013 18h25

A iniciativa de colocar um asteroide em órbita estável ao redor da Lua para criar postos permanentes no espaço é considerado um dos grandes desafios da Nasa na próxima década. Só que os executivos da Agência Espacial Norte-Americana estão começando a desconfiar que tirar esse plano do papel vai ser bem mais difícil do que eles suspeitavam.

A começar pelo asteroide que pode, simplesmente, não ser encontrado, apontam os primeiros cálculos dos pesquisadores da área, bastantes pessimistas.

Paul Chodas, que trabalha no JPL, o Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa, em Pasadena, na Califórnia, disse que dos dez mil objetos do Sistema Solar com trajetórias próximas à Terra, os chamados NEOs, apenas 370 têm cerca de 10 metros de diâmetro, o tamanho ideal para serem capturados por uma nave-robô que ainda será construída.

Mas especialistas da área reunidos no último simpósio da Academia de Ciências dos Estados Unidos, em Washington, mostraram que o número de 'candidatos' no espaço é ainda menor.

Desse montante que pode ser rebocado, 14 asteroides têm órbita estável e poderiam ficar próximos da Lua. E, não bastassem as poucas opções, os acadêmicos lembram que somente quatro corpos foram estudados pelos cientistas - para saber mais a respeito da textura da superfície e da taxa de rotação, por exemplo.

“Há um grande ceticismo sobre a Iniciativa do Asteroide, tanto da parte acadêmica quanto do público, que ele pode até ser retirado [do orçamento]”, afirmou Jim Bell, especialista em planetas da Universidade do Arizona em Tempe. 

A busca pelo asteroide é apenas o primeiro passo de um programa mais ambicioso que pode ajudar na atividade de mineração espacial, nas pesquisas para desviar objetos em rota de colisão com a Terra e, mais importante, enviar uma tripulação para Marte em 2030.

É que ter um objeto fixo perto do nosso satélite pode ajudar nas longas missões no espaço, pois ele serviria como uma base de apoio para os astronautas, por exemplo.

Parte do US$ 3,77 trilhões do Orçamento de 2014 dos Estados Unidos já foi destinada para a Iniciativa do Asteroide; falta, no entanto, a aprovação do Congresso para que os US$ 17,7 bilhões sejam liberados para a Nasa.