Topo

Nasa registra cauda do Sistema Solar pela primeira vez

Do UOL, em São Paulo

10/07/2013 18h02Atualizada em 11/07/2013 11h09

Astrônomos da Nasa (Agência Espacial Norte-Americana) registraram, pela primeira vez, a cauda do Sistema Solar. Cientistas especulavam que, assim como os cometas que vagam no espaço ou os meteoros que atravessam a atmosfera terrestre, a heliosfera (uma espécie de bolha magnética que protege os planetas da radiação espacial) também deixa um rastro de partículas.

Cauda do Sistema Solar

  • As partículas mais lentas (pontos vermelhos e amarelos) se distribuem pelas laterais da estrutura, enquanto as mais rápidas ficam acima e abaixo (pontos azuis)

 

A equipe liderada por David McComas, do Instituto de Pesquisas Southwest em San Antonio, no Texas (EUA), analisou os três primeiros anos de dados do satélite Ibex para mapear as fronteiras do nosso sistema e descobriu que há várias partículas em movimento nessa bolha.

As partículas que se movem mais rapidamente ficam acima e debaixo da heliosfera, enquanto as mais lentas ficam nos lados, criando uma estrutura toda retorcida, já que sofre com a interação do campo magnético e dos ventos solares.

"Muitos modelos sugeriam que a cauda da heliosfera era deste ou daquele jeito, mas nós não tínhamos nenhuma observação dela. Sempre desenhávamos imagens em que a cauda simplesmente desaparecia da página, já que não podíamos especular como ela era de verdade", diz McComas. 

A cauda era invisível para nós até então, porque suas partículas não "brilham" de longe, o que dificultava a observação por satélites terrestres. Mas o equipamento Ibex (que significa Explorador da Fronteira Interestelar, na sigla em inglês) procura apenas as partículas neutras que surgem com a colisão nas fronteiras do nosso Sistema Solar.

Como não são afetadas pelo campo magnético do Sol, elas seguem em linha reta em direção à observação do Ibex, explica o estudo publicado nesta quarta-feira (10) na revista The Astrophysical Journal.

"A cauda é a nossa pegada na galáxia, e é muito excitante que nós começamos a entender essa estrutura. O próximo passo é incorporar essas observações nos nossos modelos e dar início ao processo para entender melhor a nossa heliosfera", completa Eric Christian, cientista da Nasa.