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Asteroide gigante tem companhia de lua na passagem pela Terra

Do UOL, em São Paulo

31/05/2013 06h00Atualizada em 04/06/2013 12h47

Dois grandes corpos vão passam sobre a Terra nesta sexta-feira (31). Novas observações feitas pela Nasa (Agência Espacial Norte-Americana) revelaram que o asteroide 1998 QE2 é, na verdade, um sistema que orbita o espaço acompanhado da sua própria lua.

A descoberta foi feita pelo radiotelescópio do Observatório de Goldstone, localizado no deserto da Califórnia, nos Estados Unidos, quando a dupla estava a 6 milhões de quilômetros da Terra, distância que equivale a 15,6 percursos até a nossa Lua.

Cerca de 16% dos asteroides acima dos 200 metros nunca estão sozinhos durante suas viagens próximas à Terra, podendo trazer até mais outros dois corpos juntos, calcula a Nasa. Mas no caso do 1998 QE2, os astrônomos descobriram apenas uma companhia: um satélite de 600 metros de largura.

Nas imagens captadas pelo radar, foi possível comprovar que o asteroide tem um período de rotação de quatro horas e 2,7 quilômetros de diâmetro – o mesmo tamanho da avenida Paulista, cartão-postal de São Paulo, ou de nove transatlânticos. Além disso, as manchas escuras sugerem que grandes cavidades deformam a superfície do gigante.

A passagem, no entanto, não oferece riscos de colisão com a Terra, já que o asteroide e a lua passam a 5,8 milhões de quilômetros de distância, ou 15 viagens até a Lua, às 20h59 GMT desta sexta (17h59, no fuso de Brasília). Este será o sobrevoo mais próximo que o sistema fará em mais de dois séculos, estima a Nasa.

Mesmo sendo um conjunto enorme, não será possível observá-lo a olho nu - quem estiver no hemisfério Norte terá alguma chance de avistá-lo na primeira semana de junho. Mas os astrônomos garantem que a aproximação será uma excelente oportunidade de estudos e observações para grandes antenas, como o Goldstone, na Califórnia, o radiotelescópio de Arecibo, em Porto Rico, e também do Observatório Astronômico do Sertão de Itaparica, em Pernambuco, mantido pelo ON (Observatório Nacional).

"A aproximação do asteroide permite realizar estudos sobre suas características físicas e sua dinâmica, contribuindo para melhor compreensão de origem e evolução de objetos que possam vir a colidir com a Terra", explica em nota Daniela Lazzaro, pesquisadora do ON.