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Sabonete íntimo é o ideal para higienizar a vagina? Ele facilita infecções?

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Imagem: Getty Images

Thamires Andrade

Do VivaBem, em São Paulo

09/03/2018 04h00

Não são poucas as mulheres adeptas dos sabonetes íntimos para limpar a região vaginal. No entanto, há toda uma polêmica por trás do produto. Enquanto alguns ginecologistas indicam seu uso, outros são contra o produto, que seria capaz de alterar a flora vaginal, facilitando inflamações e infecções.

De acordo com especialistas ouvidos pelo VivaBem, não existe uma recomendação que sirva para todas as mulheres. Algumas se dão bem com o sabonete íntimo, enquanto em outras ele irá mudar o pH da vagina, que tem função de defender a região de infecções.

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A importância do pH vaginal

Para compreender a complexidade da flora vaginal, é preciso entender um pouquinho do pH da região, que é considerado ácido (pH 4). “Caso ele fique mais ácido (pH 3,8), aparece a candidíase. Se diminuir sua acidez (pH 4,5), predispõe a outras infecções, como vaginose bacteriana. Devido a faixa de normalidade ser estreita, é importante manter o pH para o funcionamento do sistema imunológico vaginal”, explica Flávia Fairbanks, ginecologista, obstetra e coordenadora do ProSex do Hospital das Clínicas de São Paulo.

A região é sensível ao ponto de ser alterada pela alimentação e até pelo excesso de peso. “Uma dieta rica em carboidratos deixa a vagina mais ácida e com secreção”, exemplifica Fairbanks.

E o mesmo pode acontecer com o uso dos sabonetes íntimos. “Eles podem alterar a flora vaginal e, assim, propiciar um processo inflamatório, principalmente se utilizado excessivamente”, explica Fernando Moreira de Andrade, ginecologista do Complexo Hospitalar Edmundo Vasconcelos.

Vermelhidão, ardor e corrimentos são os sinais mais comuns de desiquilíbrio da flora vaginal. “Esses sintomas aparecem quando há eliminação das bactérias que ajudam na defesa da região”, diz Andrade.

Mas pode ou não usar sabonete íntimo?

Rubens Gonçalves Filho, ginecologista do Hospital Israelita Albert Einstein, explica que se a mulher usa o sabonete e tem a flora vaginal estável não há problema em seguir com o produto. “O problema só acontece quando o sabonete elimina a flora protetora. No entanto, não são todas as mulheres que têm essa queixa”, explica.

Para decidir se vale a pena utilizar ou não, o recomendado é ficar de olho se há infecções recorrentes, já que elas são sinais de que o sistema imunológico da vagina não está bem. “É algo individual e só com o uso dá para saber se a paciente vai poder fazer a higienização ou não com o produto. Se a mulher começar a ter coceiras, irritações ou outros sinais de infecção ou alergia é indicado suspender sua utilização”, explica Filho.

E o que é melhor para lavar a região íntima?

Segundo Filho, não é necessário sabonete algum para higienizar a vagina. “Só limpar com água é o suficiente”, diz.

Já Fairbanks acredita que o sabão é importante, pois ele é capaz de dissolver um pouco das partículas de gorduras, próprias das glândulas sebáceas da parte íntima da mulher. “Água e sabão é a recomendação universal para cuidar da região. Sendo que o sabão líquido é mais higiênico do que o em barra e o suprassumo é o sabonete de glicerina, que também é recomendado para os bebês. Como a pele da vulva e da vagina são tão sensíveis quanto o das crianças, esse é o método mais adequado”, fala.

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