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Estudo diz que lagos de Saturno seriam formados por gases em forma líquida

09/09/2019 20h18

Los Angeles, 9 set (EFE).- Um estudo divulgado nesta segunda-feira pela revista "Nature Geosciences" indica que os aparentes lagos de água da lua de Titã, a maior do planeta Saturno, seriam na verdade formados por gases que passaram ao estado líquido devido às baixas temperaturas.

Segundo os autores da pesquisa, que utilizaram dados coletados pela nave espacial Cassini, que orbita ao redor de Saturno, grandes depósitos de nitrogênio explodiram em Titã após uma elevação das temperaturas e criaram conchas, que foram enchidas por gases que depois se liquefizeram.

Desta forma, em vez de água proveniente das nuvens, como ocorre na Terra, os lagos estão cheios de gases etano e metano. Devido às baixas temperaturas na superfície de Titã, que chegam a menos 180 graus Celsius, eles adquiriram forma líquida.

O estudo explica os motivos de algumas divergências nas imagens das conchas de Titã quando os pesquisadores tentam explicá-los seguindo o conceito de carstificação sobre a origem dos lagos terrestres.

A cartisficação é caracterizada pela dissolução química de rochas devido à ação da chuva ou de águas superficiais ou subterrâneas.

"Não encontramos nenhuma explicação que se ajuste ao conceito de carstificação sobre a origem da bacia dos lagos", disse Giuseppe Mitri, da Universidade Chieti-Pescasse, um dos autores do relatório.

"Na realidade, a morfologia foi mais consistente com a explosão de uma cratera, onde a beirada é formada pelo material expulso a partir do interior. É um processo completamente diferente", disse Mitri, citando como exemplo o resultado da interação entre o magma de vulcão e a água.

Para Linda Spilker, pesquisadora do Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa e participante do projeto Cassini, a nova teoria permite esclarecer um aspecto da origem dos lagos que não estava resolvido.

Titã, única lua do sistema solar que possui nuvens e uma camada densa ao seu redor, similar à atmosfera da Terra, só perde em tamanho para Ganimedes, a maior lua de Júpiter. EFE