Topo

Começou! Sonda chinesa inicia pesquisas inéditas na face oculta da Lua

Rover chinês Jade Rabbit 2 coleta dados sobre o lado oculto da Lua - Administração Espacial Nacional da China
Rover chinês Jade Rabbit 2 coleta dados sobre o lado oculto da Lua Imagem: Administração Espacial Nacional da China

Em Pequim

10/01/2019 14h07

A sonda chinesa Chang'e 4 começou a realizar pesquisas científicas programadas por diferentes países na face oculta da Lua, aonde chegou com sucesso pela primeira vez na história no último dia 3.

A Administração Nacional do Espaço da China (ANEC) informou nesta quinta-feira que colocou em funcionamento o detector de radiação de nêutrons, projetado pela Alemanha e que está a bordo do módulo lunar, assim como o detector de átomos neutros, desenvolvido pela Suécia e presente no veículo explorador.

As informações que esses equipamentos conseguirão compilar serão enviadas à Terra através do satélite Queqiao - que conectará a face oculta da Lua com o centro de controle terrestre - e será objeto de estudo de cientistas chineses e de outras nacionalidades, segundo a ANEC.

Além disso, a Chang'e 4 transporta um aparelho de medição de ondas de rádio de baixa frequência desenvolvido por cientistas holandeses, assim como uma fonte de calor de radioisótopos, criado em parceria entre China e Rússia.

Esta última ajudará a sonda chinesa a suportar as frias noites lunares, que têm duração de 14 dias terrestres e durante as quais a temperatura pode cair até -180°C.

A Chang'e 4 está composta por um módulo de alunissagem e um veículo explorador, que foi batizado de Yutu 2. Na mitologia chinesa, Yutu significa "coelho de jade", o animal de estimação de Chang'e, a deusa que vive na Lua.

A Chang'e 4 demorou pouco menos de um mês para chegar a seu objetivo: foi lançada em 8 de dezembro, entrando em órbita lunar quatro dias depois e efetuando sua alunissagem no dia 3 às 10h26 no horário da China (0h26 em Brasília).

O programa Chang'e começou com o lançamento de uma primeira sonda em 2007 e, desde então, já levou mais quatro aparelhos ao único satélite natural da Terra.

O objetivo final do programa é uma missão tripulada à Lua, mas ainda não há uma data para a mesma e alguns especialistas acreditam que deverá ocorrer por volta do ano de 2036.