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Homem parte rumo a Mercúrio e ao Sol no ano da morte de Stephen Hawking

21/12/2018 23h17

Carmen Rodríguez.

Madri, 21 dez (EFE).- O ser humano continua com o olhar voltado a Marte, onde acaba de aterrissar a missão InSight, embora os limites da exploração espacial também tenham se expandido para Mercúrio e para o Sol, no ano em que morreu o autor de grande parte das descobertas da astrofísica moderna, Stephen Hawking.

O momento mais emocionante do ano científico foram os "sete minutos de terror" vividos no módulo espacial InSight pouco antes de pousar na superfície do planeta vermelho, quando tinha que reduzir sua velocidade de quase 20 mil quilômetros por hora para 5 mil.

Na sala de controle do Laboratório de Propulsão da Nasa em Pasadena (Califórnia, EUA) de onde o pouso foi acompanhado, o silêncio era profundo e só foi quebrado pela voz da técnica que informava sobre as diversas fases da descida.

"Eu te sinto, Marte, e em breve conhecerei seu coração. Com esta aterrissagem a salvo, estou aqui. Estou em casa", cumprimentava InSight em sua conta do Twitter já a salvo no planeta, de onde enviou várias selfies e imagens.

O interior e a composição do planeta serão analisados em uma área conhecida como Elysium Planitia, distante do polo sul, onde se originou outro dos temas de maior destaque deste ano.

Após anos de debates sobre se há água líquida em Marte, foi localizado um lago subterrâneo de água salgada sob uma camada de gelo, segundo dados da sonda Mars Express.

O lago fica na região de Planum Australe e, segundo os dados do estudo divulgado na revista "Science", estaria abaixo de 1,5 quilômetro de gelo, se estende por 20 quilômetros e teria um metro de profundidade.

O ser humano olhou também este ano para Netuno, aonde a Agência Espacial Europeia (ESA) e a Agência Japonesa (JAXA) enviaram em outubro a missão BepiColombo para tentar resolver um dos grandes enigmas do Sistema Solar.

A missão quer entender a origem e evolução de Mercúrio e tentará confirmar a existência de gelo e sua procedência, responder por que seu campo magnético está a 400 quilômetros do centro do planeta e determinar como seu interior se contraiu.

A exploração espacial também teve o Sol como objetivo por meio da sonda Parker, equipamento que mais perto chegou do astro, por enquanto a 27 milhões de quilômetros, graças a seu escudo térmico que suporta temperaturas de até 1.400 graus Celsius.

E no ano em que o homem estendeu os horizontes do seu conhecimento do Universo próximo, o mundo se despediu em março do físico britânico Stephen Hawking, o pai de grande parte das descobertas da astrofísica moderna, aos 76 anos.

Hawking foi "um gigante entre homens", como definiu a Nasa, cujos avanços na física e a astronomia "não só mudaram a forma de ver o cosmos, mas também desempenharam, e continuarão desempenhando, um papel fundamental na configuração dos esforços da Nasa para explorar o Sistema Solar e além".

Com esclerose lateral amiotrófica (ELA) desde a juventude, o cientista foi um ícone da cultura popular, com aparições em séries como "Os Simpsons", "Jornada nas Estrelas" e "The Big Bang Theory".

Hawking entrará para a história, entre outros méritos, como contribuinte da teoria do "big bang", mas também foi um estudioso dos buracos negros que, segundo ele, não são completamente negros, já que emitem radiação.

A Nasa completou em 1º de outubro 60 anos de uma longa corrida que tem como marco mais importante a chegada do homem à Lua, que agora, com o olhar voltado para o futuro, tem entre seus planos retornar ao satélite e chegar a Marte com missões tripuladas.

Diante do ressurgimento do interesse na Lua, parece que a China decidiu tentar fazer sombra aos Estados Unidos com o anúncio de que em 2020 lançará um satélite de iluminação que complementa e supera sua luz e permita substituir as luzes da rua na cidade de Chengdu. EFE