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Astrônomos espanhóis descobrem "super-Terra" a 33 anos-luz de distância

Imagem artística do exoplaneta GJ 536 b orbitando a estrela GJ 536 - IAC
Imagem artística do exoplaneta GJ 536 b orbitando a estrela GJ 536 Imagem: IAC

De Santa Cruz de Tenerife, na Espanha

15/11/2016 17h04

Pesquisadores do Instituto de Astrofísica das Ilhas Canárias (IAC), na Espanha, descobriram um planeta do tipo super-Terra a pouco menos de 33 anos-luz da Terra, que orbita em torno de uma estrela e que é um forte candidato para ter sua atmosfera estudada, informou nesta terça-feira esta instituição.

O descobrimento foi feito por um estudante de doutorado do IAC e da Universidade de La Laguna, Alejandro Suárez Mascareño, e seus orientadores, os pesquisadores Rafael Rebolo e Jonay Isaí González Hernández, e o estudo foi aceito pela revista especializada "Astronomy & Astrophysics".

A super-Terra tem cerca de de 5,4 massas terrestres e orbita em torno de uma estrela próxima muito brilhante, a GJ 536.

O curto período orbital do planeta extrassolar - 8,7 dias - e o brilho de sua estrela (uma anã vermelha relativamente fria e próxima de nosso Sol) o transformam em um candidato atrativo para que a composição de sua atmosfera seja investigada, explicou o IAC em comunicado.

Durante essa pesquisa, também foi descoberta a presença de um ciclo de atividade magnética na estrela similar ao do Sol, mas com um período inferior a 3 anos.

Alejandro Suárez explicou que, até agora, só foi detectada a super-Terra GJ 536 b, mas que já existem planos de continuar com o monitoramento da estrela para buscar outros possíveis astros extrassolares, e acrescentou que os planetas rochosos costumam aparecer em grupos, especialmente em estrelas deste tipo.

Os investigadores do IAC acreditam que vão encontrar outros planetas de baixa massa (outras super-Terras) a órbitas mais distantes, com períodos de aproximadamente 100 dias a até alguns anos, e Alejandro Suárez acrescentou que está sendo preparado um programa de busca de trânsito deste novo exoplaneta para poder determinar seu raio e densidade média.

Jonay Isaí González afirmou, por sua vez, que este exoplaneta rochoso orbita uma estrela muito menor e mais fria que o Sol, mas suficientemente próxima e brilhante.

Além disso, é observável de ambos os hemisférios do nosso planeta, por isso se apresenta como um candidato muito interessante para os presentes e futuros espectrógrafos de alta estabilidade, em particular para a possível detecção de outro planeta rochoso na zona habitável da estrela, acrescentou González.

Para detectar o planeta, de acordo com o investigador Rafael Rebolo, diretor do IAC, foi medida a velocidade da estrela com precisão da ordem de metros por segundo.

Com a construção do novo instrumento ESPRESSO coliderado pelo IAC, haverá uma melhora da precisão em um fator de dez e a busca se estenderá para planetas com condições muito similares a da Terra nesta e em muitas outras estrelas próximas, destacou Rebolo.

Este planeta foi detectado em um esforço conjunto entre o IAC e o Observatório de Genebra, usando os espectrógrafos HARPS (sigla em inglês para Buscador de Planetas por Velocidade Radial de Alta Precisão) do Telescópio ESO de 3,6 metros de diâmetro, no Observatório de La Silla (Chile), e HARPS Norte, situado no Telescópio Nacional Galileu (TNG), do Observatório del Roque de los Muchachos, em Garafía (La Palma), nas Ilhas Canárias.