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Homem chegou ao Ártico há 45 mil anos, segundo cientistas russos

28/01/2016 15h59

Moscou, 28 jan (EFE).- O homem chegou ao Ártico muito antes do que se achava, de acordo com informações encontradas nos restos de um mamute que foi caçado há 45 mil anos, informou nesta quinta-feira o Instituto de História da Cultura Material de São Petersburgo.

"A idade do achado e os rastros da interferência do homem permitiram concluir que há 45 mil anos o homem já habitou o Ártico", afirma a nota oficial reproduzida por meios de comunicação locais.

No entanto, a análise do esqueleto congelado do mamute de 15 anos (Zhenia) descoberto em 2012 na foz do rio Ienissei demonstra que o animal foi caçado, possivelmente com uma lança, por um grupo de homens que viviam no Ártico.

Segundo os cientistas russos, esses primeiros habitantes do Ártico viveriam aproximadamente na península de Taimir, o território mais setentrional de Eurásia.

Até agora pensava-se que o homem não tinha se atrevido a habitar o inóspito Ártico até há 30 mil anos e nunca tinham chegado mais a norte do que 55 graus de latitude.

Os expedicionários russos também encontraram restos de um lobo do Pleistoceno que foi morto pelo homem com ajuda de uma arma com uma ponta afiada de forma cônica a cerca dede 68 graus de latitude norte.

Esse homem, anatomicamente mais parecido ao atual que o Neandertal, vivia da caça de mamutes, bisontes e cavalos, chegou a colonizar territórios ao norte da Sibéria, agora conquistados pelo Oceano Glacial Ártico com o aumento do nível do mar, e pode ter cruzado o estreito de Bering.

"Essa gente teve a possibilidade de chegar ao estreito de Bering e, possivelmente, cruzaram em seu caminho para América", apontou Vladimir Pitulko, chefe da expedição ao norte da região siberiana de Iacútia.

Os resultados da investigação realizada por um grupo de cientistas russos associados à Academia de Ciências da Rússia foram publicadas na revista "Science".